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Política

Caso Zelinsky/Sal: Presidente da República diz que vai tomar as medidas que se “mostrarem pertinentes”

O Presidente da República, José Maria Neves já deixou transparecer publicamente que, de facto, estranhou o encontro entre o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky e Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde, este fim de semana, na ilha do Sal, sem que tivesse tomado conhecimento do mesmo através do Governo. Em declarações à imprensa na Praia, esta segunda-feira, garantiu que vai tomar as medidas que se mostrarem “pertinentes”. 

Está instalada mais uma vez a polémica entre Governo e Presidência da República de Cabo Verde, depois do Chefe de Estado, José Maria Neves, não ter sido informado, ao que tudo indica, e conforme deixou transparecer aos jornalistas, sobre a escala de Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, no aeroporto do Sal, no passado domingo.

Zelensky foi recebido pelo PM, Ulisses Correia e Silva durante a sua escala técnica em território nacional, a caminho da América Latina.

“Efetivamente, há uma profunda estranheza da minha parte relativamente a esse encontro e em espaço próprio chamarei a atenção para essa questão e tomarei as medidas que se mostrarem pertinentes”, esclareceu José Maria Neves, sem avançar muitos pormenores.

O mais alto magistrado da nação garantiu estranhar a forma como as coisas aconteceram, mostrando o seu desagrado pela falta de articulação entre Governo e Presidência.

“Um homólogo do Presidente da República chega a Cabo Verde e, portanto, nessas questões deve haver uma articulação entre os órgãos de soberania e o Presidente”, disse.

Respeito

O mesmo voltou mais uma vez a chamar a atenção para o papel das diferentes instituições da República.

“Aqui o país fica muito bem quando há articulação, quando as informações são canalizadas de forma adequada e quando há o respeito pelas diferentes instituições da República”, afirmou.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que algo do género acontece, pois o PR já mostrou o seu desagrado para com aquilo que chamou de “deslealdade institucional” em matéria de política externa, por parte do Governo.

Recorde-se que em Novembro, passado José Maria Neves já tinha se manifestado sobre a abstenção de Cabo Verde numa resolução das Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e o Hamas, por estarem em causa direitos humanos. Na altura, apelou à concertação neste tipo de tema de interesse para o país.

Na ocasião, Ulisses Correia e Silva disse que não tratava das relações entre o Governo e o Presidente da República na comunicação social.

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