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Economia

Todos podem investir? O mercado de capitais, riscos, vantagens e literacia financeira

Imagem ilustrativa gerada por AI

Entre acções, obrigações ou um plano de reforma ou estudo, há também quem ainda prefira ficar pela tradicional conta poupança. O importante é fazer escolhas conscientes, informadas e balizadas por metas reais. Para isso, a literacia financeira é fundamental e tem sido uma aposta cada vez mais crescente.

A educação financeira é um tema cada vez mais actual e recorrente, sobretudo quando se fala em planeamento, diversificação do rendimento, sonhos de vida e a garantia de mais segurança para o futuro. Ela é hoje considerada mais importante do que nunca, na medida em que dota as famílias e investidores de conhecimentos e habilidades necessárias para administrar dinheiro de maneira eficaz.

Entretanto, a sofisticação e dinâmica crescente dos mercados financeiros significa que os consumidores não têm apenas de escolher entre duas taxas de juro diferentes, mas entre uma enorme variedade de instrumentos financeiros complexos.

Para além de opções tradicionais, como a conta poupança, o mercado oferece ainda outras possibilidades, nomeadamente através da Bolsa de Valores de Cabo Verde, seja a nível de ações, seja a nível de obrigações.

Através da Bolsa, é possível investir em acções, que correspondem a uma fração do capital social de uma empresa e confere ao investidor o título de acionista, com direitos e deveres.

É igualmente possível investir em obrigações, que são títulos de divida emitidos por empresas, municípios, entidades públicas ou pelo próprio Estado, com o objectivo de financiar as suas atividades. Elas são emitidas por um determinado prazo de maturidade, durante o qual o investidor recebe os juros e ao fim do período de maturidade recebe o valor inicial investido.

Tendo em vista socializar melhor estas alternativas, nomeadamente junto de quem não faz parte deste universo, têm sido levadas a cabo diferentes iniciativas, tanto a nível institucional quanto a nível privado e informal,  como acções comunitárias e produção de conteúdos digitais, visando uma melhor educação financeira e conhecimento sobre a gestão do dinheiro.

Quem pode investir?

Miguel Monteiro

Qualquer pessoa pode investir através da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC), “independentemente da sua localização geográfica, desde que possua uma conta num dos bancos operadores (BAI, BCA, BCN, BI, CECV e iiB), conforme explica o presidente da BVC, Miguel Monteiro.

Isto significa que para investir, a primeira coisa a se fazer é se dirigir ao banco operador da bolsa, no qual a pessoa possui uma conta, e solicitar uma conta de títulos.

A partir desse momento, o investimento poderá ser efetuado presencialmente no próprio banco ou através da plataforma Blu-X (www.blu-x.cv), mediante a criação de um perfil de investidor.

“Após a submissão do pedido de adesão na plataforma, este será analisado e validado pelo banco no prazo de sensivelmente dois dias úteis. Estando validada a conta, já poderá começar a negociar livremente”, explica Miguel Monteiro.

Falta de informação e receio de um mundo desconhecido

Quando se fala em literacia financeira, é comum ouvir que deve-se investir e que todos podem fazer isso. Entretanto, para algumas pessoas, este ainda parece ser um mundo à parte.

Entre a falta de informação, o acreditar que o investimento implica, à partida, uma grande quantidade de dinheiro, não estar disposto a enfrentar o risco natural do mercado ou por ter outras prioridades, há quem ainda prefira ficar pelo tradicional.

É o caso de Rísia Lopes, uma jovem empreendedora e mãe, que admite ter um conhecimento “quase nulo” sobre o mercado de capitais, restrito à alguma informação vista, por acaso, na internet.

“Pelo que vi, os juros são sempre muito baixos e para render realmente implica colocar um bom dinheiro, caso contrário, nem vale a pena. Ou seja, é preciso ter essa quantia para investir e ter dinheiro para continuar a seguir a vida normalmente”, fundamenta.

Pensando no futuro da filha, Rísia escolhe, por agora, uma conta poupança. “Se colocar lá dois escudos todos os meses, não é um dinheiro que me vai fazer falta no imediato. E como costuma-se dizer, de grão em grão a galinha enche o papo”, explica.

Natalina Andrade

Leia a matéria na íntegra na Edição 940 do Jornal A Nação, de 04 de Setembro de 2025

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