A Delegacia de Saúde de São Vicente confirmou a presença de mosquitos transmissores de doenças como paludismo, dengue, zika e chikungunya, após as fortes chuvas que atingiram a ilha.
O alerta foi lançado pelo delegado Elísio Silva, que apelou a um “engajamento total” da população e das instituições locais na luta anti-vectorial.
“Sabemos que, devido às fortes chuvas, houve um aumento de criadouros de mosquitos. O combate deve ser feito por todos”, declarou Elísio Silva, sublinhando que zonas como Dji d’Sal se tornaram verdadeiros viveiros de vetores.
A situação é agravada por problemas estruturais antigos. A zona de Dji d’Sal, identificada como crítica, apresenta acumulações de água e lama que dificultam a intervenção técnica.
Câmara reconhece riscos
A Câmara Municipal, através do vereador José Carlos da Luz, reconheceu os riscos operacionais e anunciou medidas improvisadas, como a reposição de terra para evitar o atolamento de máquinas.
Outro ponto de tensão é a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Ribeira de Vinha, cuja falha na bombagem agravou o risco sanitário.
Segundo o autarca, o problema está “praticamente resolvido”, mas o episódio revela a fragilidade da infraestrutura pública.
A resposta institucional inclui reuniões com entidades públicas, privadas, confissões religiosas e organizações não-governamentais. No entanto, o apelo à mobilização comunitária levanta questões sobre a eficácia das campanhas de sensibilização face à ausência de soluções estruturais duradouras.
Análise crítica
A proliferação dos mosquitos não é apenas uma consequência das chuvas, mas um reflexo da negligência acumulada em zonas periféricas e da falta de saneamento básico. A luta contra os vetores exige mais do que limpeza pontual: requer investimento, responsabilização e escuta ativa das comunidades.
C/Inforpress
