Em entrevista ao Jornal de Domingo de ontem, 14, na TCV, o Ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, garantiu que a situação de cortes que se tem sentido na Praia estará totalmente resolvida depois que as peças para reparação de um dos grupos geradores que avariou na sexta-feira, 12, chegarem ao país. Após a reposição das peças, diz o ministro, “dentro de 24 horas ou menos o grupo estará em condições de retomar normalmente e continuará a funcionar normalmente”.
Segundo explicou, houve uma nova avaria num dos grupos, na sexta-feira, 12, prazo inicialmente dado pelo PCA da EDEC para normalização da situação na Cidade da Praia. Sem avançar mais detalhes, o ministro da energia disse que as equipas técnicas estiveram todo o fim-de-semana a fazer a avaliação da avaria e que só hoje, segunda-feira, 15, haverá respostas em relação ao tipo de peça necessária à resolução do problema.
Apontou, entretanto, que a peça a ser substituída pode vir por via aérea, o que faria com o que o problema fosse resolvido mais rapidamente.
“…sempre temos necessidade de mobilização de peças do exterior, se houver peças ou material que não possa ser transportado por via aérea, condiciona-se. Se for via aérea é mais rápido. Mas, neste momento, temos em equação os três grupos.Um grupo pode ser possível acelerar, ser num tempo mais curto. Aguardamos proposta, porque a avaria ocorreu na sexta-feira e já se trabalhou todo esse fim-de-semana na obtenção de informação. A empresa está a aguardar respostas de propostas de entrega e teremos o prazo para saber quando”, afirmou.
Quanto aos grupos Caterpillar que estão em processo de recuperação, o ministro disse que o processo está em curso, mas “dependem também de materiais”, mas garantiu que está-se “a fazer tudo para acelerar esses processos”.
O Ministro admitiu a possibilidade “a curto ou médio prazo” de aluguer de grupos geradores móveis como solução temporária às avarias e garantia de fornecimento.
Situação anormal
O governante admitiu que a situação das avarias é anormal e tem merecido atenção. No entanto garantiu que em “situações normais” o nível de segurança energética é “muito bom, normalmente”.
“Todas as ilhas, as centrais são capacitadas para o nível de segurança N1. Mas quando há avaria, evidentemente perde-se a segurança, isso é evidente. Então temos que aumentar o nível de segurança, mas aumentar o nível de segurança pressupõe também aumentar o nível do custo de energia”, disse, ao que assegurou que o Governo tem feito um trabalho para que o custo da implementação dessa segurança não chegue aos consumidores finais.
Investimento no sector energético
Apesar da situação de crise energética que se tem sentido na capital do país ultimamente, o ministro avançou que o executivo tem investido fortemente no sector, apontado o investimento nas energias renováveis em todas as ilhas, inclusive com já “investimentos concluídos e a funcionar”, como o Parque Solar no Sal, Parque Solar em São Vicente e outros trabalhos “praticamente concluídos” em Santo António, São Nicolau, Maio e Fogo.
O Ministro apontou a expansão do Parque Eólico de Santiago que começará a funcionar até ao final deste ano “com novas turbinas, mais resilientes às condições de vento”. A instalação de baterias “em todas as ilhas” para armazenar energia produzida a partir de fontes renováveis, é outro investimento apontado como de grande valia.
Ademais, ressaltou o investimento do Governo na expansão térmica, para aumentar capacidade de produção de energia (apontando aqui, por exemplo, a recuperação de centrais que estavam inativas).
Segundo o ministro, recentemente foi aprovado um plano de 600 mil contos para apoiar a ELECTRA num plano de recuperação e de aumentar a segurança das centrais térmicas em todas as ilhas.
Sobre a meta dos 30% de energias renováveis integradas na rede o ministro garantiu que a meta será ultrapassada, ancorando a resposta nos investimentos feitos nas energias renováveis.
