Morreu, aos 95 anos, Manuel Vieira Lopes, mais conhecido por “Nhu Né”, tido como uma figura histórica de Tarrafal de Santiago e o único natural desse concelho no período de funcionamento do Campo de Concentração e que ainda encontrava-se vivo. Além de guarda do Campo de Concentração, “Nhu Né, também foi zelador no antigo Secretariado Administrativo e supervisor na antiga Esplanada Graciosa, entre outras funções.
Numa nota de pesar, a Câmara Municipal do Tarrafal manifesta o seu “mais profundo” pesar pelo falecimento do seu antigo colaborador e “figura notável” na história do município.
“Nhu Né foi uma figura notável na história do município do Tarrafal, tendo deixado um legado marcado pela dedicação ao trabalho, pelo sentido de responsabilidade e pelo contributo prestado ao longo da sua vida ativa”, refere a nota de pesar.
José Soares, co-autor da obra “O campo de concentração do Tarrafal (1936-1954) – História e uma proposta de reabilitação urbana” recorda os depoimentos prestados por “Nhu Né” nesse livro que analisa as causas que levaram à construção do Campo de Concentração e o quotidiano dessa prisão, durante os dezoito anos do seu funcionamento.
“Ele é, no presente, reformado da Câmara Municipal do Tarrafal e único sobrevivente dos naturais e residentes, que viviam no período do funcionamento do Ex-Campo Concentração”, pode-se ler na obra de José Soares, natural de Chão Bom-Tarrafal, licenciado em História e mestre em História Cultural e Política.
Conforme avança a Câmara Municipal do Tarrafal, a cerimónia fúnebre de “Nhu Né, está agendada para esta Segunda-feira, às 14h, na Igreja de Santo Amaro Abade, cidade de Tarrafal de Santiago.



