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Desporto

Júnior Patrick, um talento do remo nacional

Há cerca de três anos, Júnior Patrick, 29 anos, natural de São Lourenço dos Órgãos, interior de Santiago, rendeu-se ao Remo, uma modalidade desportiva ainda em fase de instalação em Cabo Verde. 

A sua meta é “remar” até ao primeiro lugar das grandes competições mundiais.

Conforme contou em entrevista ao A NAÇÃO, a sua primeira experiência foi em 2019, quando foi convidado para participar dos Jogos Africanos de Praia, realizados na ilha do Sal, tendo três dias para aprender, preparar e competir.

“Abracei a causa quando foi pedido atletas de Cabo Verde para esta modalidade. Anteriormente, preparamo-nos fisicamente, mas aguardamos cerca de três meses a chegada dos botes, na ilha do Sal. No entanto, só tivemos contacto com os botes, três dias antes da competição”, lembra Patrick, hoje rendido pelo remo costal.

Paixão à primeira vez

Apaixonado, diz que passou a estar em contacto com o Remo todos os dias, desde a primeira vez que experimentou.

“Estou constantemente a treinar no mar e até mesmo no ginásio, através da máquina ergômetro. Desde que eu aprendi a remar criei uma paixão que não consegui deixar”, confessou o atleta, que antes desta modalidade praticava futsal, basquete e andebol. Cada vez mais engajado, o jovem talento diz que tem levado tudo “a sério” desde a primeira hora, para maiores conquistas.

Oportunidade

“Desde que iniciei no remo, levei a modalidade muito a sério. No entanto, existem incentivos que nos fazem querer fazer sempre mais e, no meu caso, é um privilégio representar Cabo Verde, uma oportunidade que nem todos têm”, avançou.

Com força, resistência e determinação, este jovem talento acredita estar a construir, passo a passo, o seu caminho.

“Treino a cada dia, competindo comigo mesmo, aprendendo cada vez mais, técnicas novas, dando sempre o máximo de mim numa mistura entre força, resistência e velocidade, para estar sempre melhor em cada competição e creio que treinar nunca é demais, mediante metas que temos”.

Resultados positivos

Assim, apesar da sua primeira competição que contou apenas como experiência, Júnior Patrick diz que os resultados têm sido positivos.

“Três dias depois da competição no Sal, fomos convidados para o apuramento para uma competição na Tunísia, praticamente sem nenhuma preparação, além do físico, ou seja, sem práticas no mar. Nem chegamos a participar, porque aquela competição remo-olímpica, nós não praticamos aqui. Felizmente que fizemos uma regata envolvendo 10 países e acabei por ficar em 2º lugar”, lembra.

Depois disso, este jovem talento chegou a participar de um jogo mundial de remo em Portugal, uma competição em que, apesar de não ficar entre as cinco primeiras posições, rendeu-lhe a melhor experiência até então.

 “Foi bom ter participado e representar Cabo Verde, um dos três países africanos que esteve presente no evento a nível mundial”, contentou.

Treinador/massagista

No entanto, lembra que “primeiro lugar é o sonho de qualquer atleta” realçando ainda que “nem tudo depende de nós já que apoios são sempre necessários”

Fora do mar, Júnior Fernandes é massagista, treinador de paralímpico de remo, numa altura em que encontra-se em vias de licenciar-se em Educação Física e Desporto, para depois disso, seguir com mestrado em Fisioterapia ou Nutrição.

Isto porque acredita que estas áreas estão interligadas e que poderão,  juntas, garantir-lhe um futuro melhor tendo em conta as incertezas de viver do desporto em Cabo Verde.

No entanto, em boas águas, almeja ainda desenvolver um Clube de Remo em Cabo Verde para suprir a falta l, já que no país existem até agora, apenas associações, nomeadamente de Santiago Sul, Santiago Norte e São Vicente.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 784, de 08 de Setembro de 2022

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