O país ocupa agora a posição 30 de um total de 180 países analisados, com uma pontuação total de 74,98 pontos. A classificação do ano de 2025 é feita pelos Repórteres Sem Fronteira e, recorde-se, que em 2024, Cabo Verde estava na 41ª posição. O país está na 10ª posição no indicador segurança, aliás a sua melhor classificação nos indicadores, com 94,06 pontos.
Se no ano passado o país registou uma queda vertiginosa, da 33ª posição em 2023 para a 41ª posição, agora em 2025, conforme anunciado pelos Repórteres Sem Fronteira (RSF), o país teve uma ascensão notável, subindo 11 posições.
Na publicação da RSF pode-se ler que Cabo Verde se destaca na região “por um ambiente de trabalho favorável aos jornalistas” e que a liberdade de imprensa “é garantida pela Constituição”, no entanto, sublinha que ainda os diretores dos veículos de comunicação públicos, que dominam o cenário midiático, “são nomeados diretamente pelo governo”.
Top 10 no quesito segurança
No indicador segurança Cabo Verde está na 10ª posição, a melhor classificação entre os indicadores, com 94,06 pontos, quando em 2024 estava na 25ª posição.
No indicador político, o país subiu três posições, passando de 28º em 2024, para 25º em 2025, com 72,56 pontos. Cabo Verde subiu cinco posições no indicador económico, passando de 48º em 2024 para 43º em 2025, com 54,34 pontos.
No quesito legislativo Cabo Verde é agora 36º classificado, com 77,47 pontos, quando em 2024 estava na 39º posição.
No indicador social, o país registou uma subida de 11 posições, passando de 50º em 2024 para 39º em 2025, com 76,47 pontos.
Cabo Verde somente atrás de Portugal na CPLP
Quanto às posições no Ranking da Liberdade de Imprensa na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Cabo Verde só ficou atrás de Portugal, que está na 8ª posição.
O Timor-Leste é o seguinte, na 39º posição, Brasil está na 63ª posição, seguindo-se Angola na 100º posição, Moçambique na 101ª, Guiné-Bissau na 110ª e Guiné Equatorial 118ª.
São Tomé e Príncipe não consta na lista dos 180 países analisados.
Quanto aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Cabo Verde é o primeiro em matéria de Liberdade de Imprensa.
Declínio preocupante da liberdade de Imprensa
Apesar da melhora que Cabo Verde regista, a RSF sublinha “um declínio preocupante da liberdade de imprensa” em várias partes do mundo por causa do enfraquecimento económico da mídia, um fator que considera ser “muitas vezes subestimado”.
A concentração de propriedade, pressão de anunciantes ou financiadores, ausência, restrição ou alocação opaca de ajudas públicas são algumas das principais razões desse declínio já que, como assegura a mesma fonte, a mídia atualmente “está presa entre a garantia de sua independência e sua sobrevivência económica”.
“Garantir um espaço midiático pluralista, livre e independente exige condições financeiras estáveis e transparentes. Sem independência económica, não há imprensa livre” afirma o Diretor Editorial da RSF, Anne Bocande, que vai mais longe e diz que “soluções existem” e elas devem ser implementadas em larga escala.
“A independência financeira é condição vital para garantir informação livre, confiável e que sirva ao interesse geral”, finaliza.
Os melhores e os piores
Noruega, Estónia e Países Baixos compõem o top3 dos países com mais liberdade de imprensa no geral, enquanto na contramão estão a China, Coreia do Norte e Eritreia.
O objetivo do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, segundo os Repórteres sem Fronteiras serve para comparar o grau de liberdade vivida por jornalistas e meios de comunicação em 180 países ou territórios, sendo que, como refere esse organismo, a liberdade de imprensa “é a possibilidade efetiva dos jornalistas, como indivíduos e como coletivos, selecionarem, produzirem e divulgarem informações de interesse geral, independentemente de interferências políticas, econômicas, jurídicas e sociais, e sem ameaça à sua segurança física e mental”.
