Niche Mendes, mais conhecida como Muneka, carrega no pano da cintura uma história que começou muito cedo, quando tinha seis anos de idade, ao lado da mãe batucadeira. Foi no Tarrafal, num 8 de março, dia das mulheres, marcado por batuques, que deu os primeiros passos e, desde então, o destino se alinhou ao som do batuco.
De alma batucadeira e coração firme no tambor, ela é “tornista” com orgulho.
Para Muneka, o batuco não é só ritmo, é vida, refúgio, é onde mora a alegria e se esquece da dor. “Sinto-me bem com o meu tornu”, diz, entre risos, acrescentando que “batuco é vida”.
Desde março de 2022, ela passou a integrar o grupo Freireanas Guerreiras, onde encontrou espaço para crescer e partilhar. Mas antes de subir aos palcos, ela conta que foi através de um simples vídeo de “tornu” enviado para Ana (membro do grupo) que o destino mais uma vez bateu no ritmo certo.
Hoje, Muneka não só vive o batuco, como inspira. Sente-se realizada ao observar que a tradição esta a ganhar visibilidade no mundo, e sente-se satisfeita quando vê crianças e jovens a seguir-lhe os passos, sentindo que o batuco está vivo e enraizado.
Por isso mesmo, tem vontade, de um dia, poder ensinar esta tradição. Porque, como ela mesma diz, “o batuco merece ganhar o mundo”. E deixa um conselho: “Que não nos falte força de vontade para que continuemos a valorizar a nossa tradição”.
Adelise Furtado – Estágiaria
