O Director Nacional da Educação, Adriano Moreno, confirmou esta quinta-feira que houve uma fuga de informação na Prova Nacional (PN) de Inglês do 12.º ano em, pelo menos, três escolas do país, admitindo a possibilidade de repetição do exame. As escolas já identificadas são a Escola Secundária Pedro Gomes e o Liceu Domingos Ramos, na cidade da Praia, e o Liceu Olavo Moniz, na ilha do Sal.
“Estamos, neste momento, a averiguar os factos, a identificar os visados e a apurar responsabilidades”, afirmou Moreno em declarações ao A Nação. Segundo o responsável, ainda não há indícios de que a fuga tenha ocorrido a nível nacional, mas o Ministério da Educação está em contacto com os directores e subdirectores de todas as escolas secundárias do país, com o objectivo de avaliar a verdadeira dimensão da situação.
Este responsávell alertou que os alunos do 12.º ano “correm, efectivamente, o risco de repetir as provas”. Caso se confirme que o vazamento ultrapassou as três escolas inicialmente sinalizadas, a repetição do exame será inevitável. “Concluída a averiguação, se for detectada uma fuga a nível nacional, a prova será repetida, com certeza”, garantiu.
Provas nos telemóveis
Moreno adiantou ainda que os alunos em causa terão tido acesso ao enunciado da prova através dos telemóveis e que partilharam o conteúdo com outros colegas. Todos os envolvidos, sejam estudantes, professores ou responsáveis escolares, serão responsabilizados, assegurou. “Esta situação preocupa-nos seriamente, porque o processo de avaliação tem de ser justo para todos, e não é aceitável que alguém se arme em esperto e tente contornar o sistema”, sublinhou.
O caso já foi entregue à Inspecção-Geral da Educação, que está a conduzir uma averiguação “rigorosa e célere” com vista à clarificação da situação e eventual responsabilização dos envolvidos.
Até ao momento, o Ministério da Educação não recebeu informações sobre fugas de exames noutras disciplinas. “Tínhamos estado a acompanhar diariamente a aplicação das provas e, até ontem, tudo estava a decorrer normalmente”, concluiu Adriano Moreno.
Geremias S. Furtado
