Leandro dos Reis, “Cubico”, de 33 anos, foi encontrado morto no mar de Canis, na Cidade Velha, cerca de um mês após ter sido dado como desaparecido. O corpo foi localizado por pescadores locais e apresentava sinais alarmantes: a parte superior estava ausente e, segundo o pai da vítima, Tomé dos Reis, foi enterrado sem autópsia devido ao avançado estado de decomposição. A família exige respostas das autoridades sobre as circunstâncias da morte.
Segundo o relato do pai, a identificação do corpo só foi possível através de uma marca reconhecida pela mãe de Leandro. “A Polícia Judiciária confirmou que era ele mesmo. Trouxeram uma fotografia e a mãe reconheceu uma marca”, contou Tomé dos Reis.
O que mais inquieta a família, no entanto, é o facto de o cadáver ter sido sepultado sem qualquer perícia médico-legal. “Deviam ter feito uma autópsia para saber se ele morreu afogado ou se foi morto antes e atirado ao mar. Uma pessoa que aparece sem cabeça e esteve desaparecida um mês… isto não é normal”, sublinhou o pai, visivelmente abalado.
Face ao trágico desfecho da busca por Leandro dos Reis e à forma como o caso foi tratado, a sua família clama por justiça. “O que queremos agora é saber o que realmente aconteceu. Não queremos vingança, queremos a verdade”, declarou Tomé dos Reis.
O jovem, que era pai de uma criança de apenas dois anos, terá passado mal em casa da mãe, sendo conduzido ao posto de saúde local, medicado e depois regressado à residência. Terá desaparecido nessa mesma noite.
Outros casos
Em São Vicente, um homem de 22 anos foi recentemente detido e colocado em prisão preventiva por alegada prática de Violência Baseada no Género (VBG). A detenção foi ordenada pelo Ministério Público, que o acusa com base na legislação cabo-verdiana sobre violência contra as mulheres.
O processo, ainda em fase de investigação, está sob segredo de justiça. A Procuradoria-Geral da República confirmou que o indivíduo foi detido fora de flagrante delito com o apoio da Polícia Nacional.
Na ilha do Fogo, concretamente nos Mosteiros, quatro homens, com idades entre os 20 e os 45 anos, foram igualmente colocados em prisão preventiva por suspeitas da prática de múltiplos crimes sexuais contra uma menor de 15 anos. A jovem encontra-se grávida de 13 semanas.
Segundo informações judiciais, mais dois suspeitos ainda não foram detidos. Os quatro detidos já se encontram na Cadeia Regional de Betânia, enquanto o processo segue em instrução no Ministério Público da Comarca dos Mosteiros.
Advogado condenado a pena de prisão crimes sexuais
Na ilha do Fogo, o Tribunal da Comarca de São Filipe condenou esta semana um advogado a oito anos de prisão efectiva por três crimes de abuso sexual contra uma menor de 13 anos. Os actos ocorreram em 2020 e foram praticados repetidamente na casa do arguido e no interior do seu veículo.
O juiz considerou a condição de advogado como um factor agravante, dado que o arguido “tinha plena consciência das consequências dos seus actos”. Apesar da possibilidade de pena individual até seis anos por cada crime, foi aplicada uma pena única mais pesada. A defesa poderá recorrer da sentença.
Geremias S. Furtado
