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Portugal: A suspeita morte de Maria Luemba

Uma adolescente angolana, de seu nome Maria Luemba, foi encontrada já sem vida na residência da família em Sever de Vouga, distrito de Aveiro. A Polícia Judiciária portuguesa alegou não haver indícios de crime. A dedução policial, aparentemente, até pareceria fazer sentido, já que a jovem tinha uma corda atada ao pescoço, sugerindo suicídio. Há, porém, um problema: as mãos de Maria estavam atadas. O Ministério Público abriu investigação.

Maria Luemba, de 17 anos, foi encontrada com uma corda ao pescoço e de mão atadas pelo irmão de seis anos, no passado dia 12 de Junho. E, ao contrário da versão da PJ, a mãe e a avó descartaram a possibilidade de suicídio a um canal de televisão português, avançando suspeitas sobre um vizinho que havia proferido insultos e feito ameaças de morte à família, partindo, inclusive, o vidro da montra do restaurante de que a mãe da vítima é proprietária.

Fonte de A Nação, em Aveiro, avançou a informação de que os litígios entre o referido vizinho e a família da jovem teriam motivações racistas. Uma possibilidade, aliás, admitida pelo dirigente do SOS Racismo, Mamadou Ba.

“Acabo de ouvir os relatos da família sobre as escabrosas revelações sobre a morte da Maria Luemba que apontam para um premeditado assassinato com motivações racistas”, escreveu o activista anti-racista na rede social Facebook, acrescentando que a adolescente angolana “veio aumentar a lista dos assassinatos racistas e, como sempre, nota-se uma apatia das instituições e da sociedade portuguesa”.

Ainda segundo Mamadou Ba, “esta apatia e o alheamento das instituições e da sociedade perante este caso, são infelizmente reveladores da normalização do racismo e da banalização da violência que lhe é inerente”, e que “o mínimo que se exige é que se faça justiça para que não continuem impunemente a nos matar, na indiferença da sociedade e das instituições portuguesas”, sublinhou o dirigente do SOS Racismo.

“Maria podia ser a nossa filha, irmã, amiga”

Esta morte suspeita da adolescente tem vindo a despertar um movimento solidário, unindo, para pedir justiça, milhares de pessoas, sob a consigna “Maria podia ser a nossa filha, irmã, amiga”. Uma exigência de justiça que congrega, para além da comunidade angolana na diáspora, cidadãos portugueses e defensores dos direitos humanos.

O funeral da Maria ainda não tem data, mas, entretanto, foi marcada uma manifestação para Lisboa, sob o mote “Justiça por Maria Luemba. O acto cívico acontece no próximo domingo, 29, às 15:00, no percurso entre o Rossio e a Praça do Comércio (Terreiro do Paço).

António Alte Pinho

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