Gestantes residentes em Sal Rei, ilha da Boa Vista, manifestaram a sua indignação face à precariedade dos serviços de saúde reprodutiva, denunciando a ausência de médico gineco-obstetra, bem como dificuldades no acesso a exames essenciais.
Segundo os testemunhos recolhidos, a falta de médicos especialistas tem gerado atrasos significativos nas consultas pré-natais, obrigando os clínicos gerais a acumular funções e sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde local.
A gestante Simoni Lima expôs a realidade vivida pelas gestantes que têm consultas agendadas e de momento não há médico disponível para suprir essa necessidade, afirmando que estão sem gineco-obstetra há cerca de um mês, porque o que estava foi embora e ainda não colocaram outro médico para responder às necessidades da ilha.
“Em vez de nós irmos para frente, estamos a dar para trás”, desabafou, apelando à intervenção governamental para toda a população.
Exames pré-natais obrigam a deslocações
Por sua vez, Edineia Sanches destacou as dificuldades em realizar exames importantes para o acompanhamento da gestação. Segundo ela, diz ter uma ecografia para fazer, mas, no entanto, não consegue porque não há médico. “ Hoje vim à PMI pedir um papel para tentar ir à Praia fazer todos os exames de grávida”, contou Edineia.
As denúncias revelam uma realidade preocupante para as futuras mães da Boa Vista, que se veem obrigadas a viajar para outras ilhas, como Santiago, em busca de atendimento básico.
Contactada pela imprensa, a Delegacia de Saúde da Boa Vista informou que irá pronunciar-se sobre o assunto em momento oportuno, mas, enquanto isso, a população aguarda por respostas concretas e acções urgentes para ser garantido o direito à saúde e ao acompanhamento digno durante a gravidez.
Adelise Furtado
*Estagiária
C/Inforpress
