Em conferência de imprensa na manhã de hoje, 04, o PCA da EPEC, Eng. Luís Teixeira explicou que a situação dos cortes de energia elétrica que se tem sentido na Cidade da Praia nos últimos dias foi devido a uma “avaria complexa” no Grupo Gerador Caterpillar nº.3, na Central do Palmarejo. Por causa de uma manutenção, que já estava em andamento, no Grupo WÄRTSILÄ, a ilha ficou somente com três grupos geradores e sem reserva, o que tem feito com que o sistema trabalhe no limite. O PCA reconheceu atrasos na manutenção dos grupos geradores que estão parados e pediu desculpas à população, garantindo que tudo estará solucionado “até a próxima semana”.
O Eng. Luís Teixeira, Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC), começou por pedir desculpas à população da ilha de Santiago, que tem sofrido nos últimos dias com cortes constantes e prolongados de energia elétrica.
Sobre a situação que tem motivado os cortes, o Eng. Luís Teixeira explicou que tem foi devido a uma “avaria complexa nos cilindros”, que são, como explicou, peças móveis do motor e quando se verifica este tipo de avaria é necessário desmontar o motor para verificar todos os cilindros, uma operação que leva “algum tempo”, já que têm que verificar possíveis outros danos.
“Nós tivemos a avaria nos cilindros, do lado A e do lado B. Contudo, a equipa agora tem que ir um bocadinho mais ao fundo, na questão de verificar eventuais danos nos outros cilindros. Os trabalhos de desmontagem já começaram, começaram no dia imediato, com a nossa equipa a trabalhar inclusive de noite” garantiu.
Grupos Geradores operacionais não fornecem potência suficiente
Com apenas três grupos geradores operacionais e sem reserva, o PCA avançou que, devido à época de verão, quando se verifica aumento no consumo, aliada às chuvas e ao roubo de energia, a capacidade não satisfaz a demanda.
A ilha de Santiago, recorde-se, conta com quatro Grupos Geradores WÄRTSILÄ e quatro Grupos Geradores Caterpillar. No entanto está-se num “processo de recuperação total das centrais Caterpillar”, um trabalho que começou no final de 2023, fizeram-se onze manutenções em todo o Cabo Verde, na recuperação dos grupos chamados inoperacionais.
“Nós temos cinco grupos operacionais, em condições normais. Trabalhamos com quatro e às vezes com três, mas na hora de ponta, precisamos de quatro”, explicou.
Neste momento, no horário de pico, a ilha de Santiago precisa de 36 mil megawatts e com apenas três grupos geradores, a EPEC só consegue fornecer 30 mil megawatts, daí os cortes alternados por zonas.
Entretanto asseverou que a equipa da EPEC está a trabalhar “no limite e afincadamente” para ter a situação do Grupo Gerador Caterpillar nº.3 resolvida até à próxima semana e normalizar o fornecimento de energia elétrica.
Roubo de energia na Capital “é um problema sério”
Luís Teixeira voltou a falar sobre a questão do roubo de energia na Cidade da Praia, que ultrapassa os 36% de perdas quando, a nível nacional, aponta para 21% de perdas.
O fenómeno “preocupa” a EPEC, conforme diz, já que as situações de ligações irregulares pressionam ainda mais o sistema elétrico “que não é perfeito”, tornando-o mais perigoso, com situações de choques e até perdas de vidas, principalmente na época das chuvas.
Situações de cortes em Santiago, Maio e Fogo não têm “nada a ver” com combustíveis
Questionado se as situações de cortes verificados nos últimos dias em Santiago, Maio e Fogo têm a ver com uma falta de combustíveis, o PCA da EPEC foi categórico em dizer que não e desmentir a suposta informação de fontes internas da ELECTRA.
“Nós nunca tivemos nenhum problema de cortes por causa de combustível. Nós temos crédito nas petrolíferas. Não há aqui tema de combustível.”, asseverou.
Segundo Teixeira, a EPEC tem “ótimas relações” com as duas petrolíferas que operam no país e que os cortes foram motivados por avarias.
