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Cultura

Óbito: Cidade da Praia despediu-se Segunda-feira, 29, do músico e compositor “Djirga”

Os restos mortais de Gregório Xavier Pinto, mais conhecido por “Djirga”, destacado músico e compositor do bairro do Brasil, Achada Santo António, foram dados à terra, Segunda-feira, 29, no cemitério da Várzea, Cidade da Praia. Criador multifacetado, Djirga compôs músicas que tornaram-se célebres, nomeadamente através de intérpretes como Bana (Pilon Iletricu), Frank Minita (Frank Mimita Canta Cabo Verde), Mário Rui Évora (Sorriso de Nha Cretcheu), Kim Alves e pelos irmãos Zézé e Zeca Nha Reinalda, entre outros.

Nascido a 13 de Fevereiro de 1936, “Djirga”, faleceu Domingo, 28, vítima de doença prolongada, na sua residência, situada bairro do Brasil, em Achada de Santo António, Cidade da Praia.

Homenagens

Jacinto Santos, ex-Presidente da Câmara Municipal da Praia e oriundo do bairro do Brasil, aproveitou a ocasião para agradecer ao “Mestre e ao Filósofo da vida” que, segundo sublinhou, é um dos “gigantes da nossa música”.

“Djirga di Cretcheu, Ninho Maguado e tantas outras composições de sua autoria que marcaram uma época”, escreveu Jacinto Santos na sua página no Facebook.

Por sua vez, num comunicado divulgado nas redes sociais, o artista plástico, Tony Kaya Barbosa, destaca que “Djirga foi uma das mais brilhantes estrelas da constelação musical cabo-verdiana e um notável músico e compositor, cuja vida e obra enriqueceram imensamente o património cultural de Cabo Verde”.

“Legou-nos mornas intemporais como “Surizu di Nha Kretxeu” e “Tarrafal”, esta última composta em parceria com Dick Oliveira Barros, entre tantas outras joias que atravessam géneros como a coladeira e o funaná. Suas composições, gravadas por inúmeros artistas, continuam a ecoar e a inspirar gerações”, recorda Tony Kaya, acrescentando que “Djirga”, o seu “Grande Mestre”, foi uma “figura fundamental para compreender a riqueza e a diversidade da música cabo-verdiana do século XX”.

Diretor Musical do Grupo Cénico e Teatral “Korda Kauverdi”

No seu comunicado, Tony Kaya Barbosa, recorda, igualmente, que, além de músico e compositor, Djirga foi Diretor Musical do Grupo Cénico e Teatral “Korda Kauverdi”, dirigido pelo médico e humanista, Francisco Fragoso, nos primórdios da independência nacional.

“Djirga” também foi professor de carpintaria e música na antiga Granja São Filipe, cidade da Praia.

“Ali, ele criou o Agrupamento Musical Nova Vida, revelando vários talentos, como o conhecido artista Panota Swing e Helder Lima, músico e professor. Essa pluralidade de atividades demonstrava a sua vasta versatilidade e o seu profundo compromisso com as artes e a formação”.

“Carreira brilhante”

Tony Kaya também refere que, ainda jovem, “Djirga” começou a forjar a base de uma “carreira brilhante”, aprendendo a tocar violão sob a orientação de mestres como Djonsa Farol, já falecido.

“Djirga” compôs morna, coladeira, samba, marcha brasileira, funaná, canções ao estilo português, hinos religiosos, tendo inclusive concorrido com uma das músicas da sua autoria para a substituição do antigo hino de Cabo Verde.

É ainda autor de várias composições muito conhecidas como “Tarrafal”, “Djam Branco Djá,”, gravadas pelo grupo musical Bulimundo, de entre muitas outras melodias, que curiosamente aparecem gravadas, como sendo obras de outros criadores.

 C/Inforpress

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