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Chuvas/São Miguel: Bacias hidrográficas com cenário devastador e danos avultados em parcelas agrícolas e infraestruturas

Herménio Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de São Miguel traçou um cenário desolador no rescaldo das chuvas de quinta-feira, 13. Segundo explicou, as chuvas intensas causaram uma “desconfigurarão brutal” das quatro bacias hidrográficas daquele município. Meno também apontou prejuízos avultados em infraestruturas de água, electricidade e vias de penetração em várias zonas do concelho, perdas de parcelas agrícolas, danos em habitações e diz que São Miguel está numa situação de “calamidade total”.

Herménio “Meno” Fernandes, em entrevista à RCV, explicou que já efetuou visitas às diversas comunidades do Concelho e diz que São Miguel está perante estragos e prejuízos “nunca vistas em mais de 90 anos”. Avançou ainda que houve deslizamento de terras em todas as bacias hidrográficas.

“Depois de percorrer algumas localidades, como Mato Dento, Chã de Horta (na Ribeira Principal) Hortelão e das visitas efectuadas à maior parte da comunidades da zona norte, mas também das visitas efetuadas a Pedra Serrada, Cutelo Gomes, Achada Barril, Limão, Igreja, Machado, à Bacia Hidrográfica de Ribeireta, Bacia Hidrográfica de Flamengos, Pilão Cão, à comunidade de Espinho Branco, Achada do Monte, Achada Bolanha e sobretudo com as visitas feitas às quatro Bacias Hidrográficas do município, Campo Grande, Calhetona, Ribeireta e Ribeira de Principal, o cenário é devastador”, disse.

Segundo o autarca, até esta manhã, ainda estavam encravadas as comunidades de Aguadinha, Cutelo Gomes e Monte Bode. Também disse que o acesso a Mato Dento, Gongon e Txatxa estão condicionados e/ou intransitáveis, já que as chuvas destruíram os caminhos vicinais.

Três dezenas de habitações com danos significativos

Até ao momento, o autarca diz que já identificaram um total de 30 casas no Concelho com danos significativos.

Há também registos de danos em infraestruturas hidráulicas, na rede de adução de distribuição de água e na rede de distribuição de energia elétrica.

Para esta segunda-feira, 17, avança que a prioridade é restabelecer a água potável à localidade de Chã de Horta, na Ribeira Principal e reparar a rede de distribuição de água entre Igreja e Cutelo Gomes, na Ribeira de São Miguel.

Herménio dá conta ainda que a única escola do EBO que fica fechada hoje é a de Chã de Horta, para efeitos de limpeza.

Já a escola do EBO, na Ribeira de Principal, foi fortemente afetada pelas chuvas e necessita de intervenções urgentes.

“A Câmara Municipal de São Miguel já está em contacto com o Governo de Cabo Verde para garantir uma intervenção completa e rápida, devolvendo segurança e condições dignas aos alunos e professores”, assegurou a equipa camarária.

Zonas agrícolas destruídas

De acordo com a mesma fonte, as enxurradas também fustigaram zonas e parcelas agrícolas de município, levando colheitas inteiras e animais, deixando para trás um rasto de destruição nos sistemas de rega gota-a-gota, provocando ainda destruição de diques, de sistemas de captação de água e destruição de muros de proteção.

“No caso da Ribeira Principal houve cortes de estradas, as cheias levaram a pavimentação em calçadas, temos casos de entupimento total das passagens e de drenagem de águas pluviais” explicou.

PM declarou estado de calamidade logo no dia 14

Durante a visita a Santiago Norte, um dia após as intensas chuvas que assolaram Tarrafal, Santa Cruz, Santa Catarina e São Miguel, provocando estragos em infraestruturas, habitações e actividades económicas, o Primeiro-Ministro Ulisses Correia e Silva declarou estado de calamidade.

Conforme explicou na altura, a declaração do estado de calamidade permitirá accionar rapidamente o Fundo Nacional de Emergência, direccionado, sobretudo, ao apoio às pessoas directamente afectadas.

As chuvas intensas provocaram perda em relação aos operadores económicos na agricultura e pecuária (perdas de parcelas agrícolas, morte de animais) e danos em casas comerciais. Já a nível de estruturas, segundo o PM, arruamentos ficaram destruídos, estradas obstruídas e problemas em estruturas urbanas e municipais, exigindo intervenções urgentes para restabelecer a circulação e a normalidade.

Ulisses Correia e Silva garantiu que se está a fazer um trabalho em estreita colaboração com as Câmaras Municipais com vista a acelerar o processo de recuperação das estruturas e famílias afetadas.

Santiago Norte terá medidas idênticas a São Vicente

Após a reunião do Conselho de Ministros, realizada na tarde do dia 14, Ulisses Correia e Silva avançou que Santiago Norte terá apoio idêntico àquilo que se fez em São Vicente.

Segundo o PM, durante a reunião fez-se a avaliação das diversas situações e o Governo vai alocar recursos e fazer a reconstrução das zonas afectadas, à semelhança daquilo que se fez em São Vicente.

Recorde-se que as chuvas intensas começaram de forma calma durante a manhã de quinta-feira, 13, intensificando-se repentinamente no final da tarde, provocando cheias que afectaram várias zonas e concelhos de Santiago Norte, tendo arrastado viaturas, animais, botes, condicionado vias, e registo de uma pessoa morta no Tarrafal.

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