Eva Helena Mendes, cabo-verdiana-americana de 48 anos, está detida no Aeroporto Logan, em Boston, há 10 dias pela Alfândega e Proteção de Fronteiras americana sem nunca ter recebido uma notificação por escrito. A mulher, que tem um Green Card desde os oito anos de idade, viajou para Cabo Verde para atender ao funeral do irmão e na volta aos EUA foi detida no aeroporto.
Segundo avançou a estação televisiva WPRI, que cita o advogado da cabo-verdiana-amaerciana, Todd Pomerleau, a mulher continua detida num centro de detenção temporária, detida pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (U.S. Customs and Border Protection – CBP), sem previsão de liberação.
O advogado diz que pode ser por causa de uma antiga acusação de furto em loja, mas ele não conseguiu falar diretamente com sua cliente para entender o que está acontecendo. Todd afirma que a sua cliente é residente permanente legal dos EUA há décadas.
“Ela tem um Green Card desde os oito anos… ela tem 48 anos agora e é uma residente legal”, explicou.
Eva consultou a imigração antes de viajar
De acordo com a irmã, Arlette Lattin, Eva consultou um escritório de imigração antes mesmo de viajar e foi informada de que não teria problemas para viajar os EUA a Cabo Verde.
Segundo Arlette, Eva não teria viajado se soubesse que algo estivesse errado com a sua documentação ou com o Green Card.
“Aquele momento que ela teve com minha mãe… aquela lembrança agora está tão distante, tanto para mim quanto para ela”, Arlette Lattin, irmã da vítima.
“No dia da detenção eu perguntei a ela se estava tudo bem e ela respondeu que não, que precisava ir com o agente da alfândega. O agente disse que estava detida por causa desse mandato e a polícia estadual a buscaria na manhã seguinte para resolver a questão”, disse ainda.
Só que, como conta o advogado, isso não aconteceu e Eva continua presa no Aeroporto de Logan.
“A Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) a mantém sob custódia há quase duas semanas. Ela nunca recebeu uma notificação por escrito. Não sei ao certo por que ela está detida”, afirmou Todd.
O marido de Eva, José de Jesus, disse que falou com a esposa por telefone e ela aparenta estar bem mas não o deixaram vê-la por isso não consegue dizer em que condições Eva está detida.
“Eu nem sei o que dizer aos meus filhos todos os dias. Estou sempre dizendo para eles que ela vai voltar para casa logo. Espero que ela volte amanhã. Ela vai voltar logo. Talvez depois de amanhã ou algo assim. Isso está me matando por dentro”, desabafou José.
A Alfândega e Proteção de Fronteiras ainda não comentou o ocorrido.
