A representante de Cabo Verde no concurso Miss Universo, Prissy Gomes, divulgou recentemente um vídeo que diz ter sido gravado um dia antes das preliminares do concurso e onde aparece em lágrimas devido ao impacto das críticas e insultos que sofreu nas redes sociais.
A publicação surgiu após uma onda de descontentamento expressa por parte de alguns cabo-verdianos durante a sua participação neste evento internacional, enquanto representante de Cabo Verde. Em grande parte, as críticas deveram-se a um vídeo em que ela aparece a falar sobre a língua cabo-verdiana, numa entrevista durante o concurso.
Combater o cyberbullying
Já nesta publicação em que aparece em lágrimas, Prissy mostra o impacto emocional das mensagens ofensivas que recebeu durante a competição. Segundo explicou, os comentários sobre o seu corpo, identidade e
aparência ultrapassaram todos os limites e tornaram-se “emocionalmente desgastantes”.
“Tive muita hesitação antes de publicar este vídeo, mas acredito que é importante combater o cyberbullying. Este vídeo mostra-me um dia antes das preliminares, quando devido ao cansaço e a vários outros fatores, eu já não aguentava mais todas as críticas e ataques”, escreveu.
A miss lamentou a “crueldade gratuita” dirigida a alguém (ela) que apenas procurava representar o seu país num dos maiores palcos de beleza do mundo. “Comentários sobre o meu físico, pessoas a chamarem-me de homem, a dizerem que sou feia…tantos ataques assim são demais para qualquer pessoa”, desabafou.
Sensibilização
Ao decidir publicar o vídeo, Prissy Gomes alerta para as consequências do cyberbullying e apela a uma utilização mais responsável das redes sociais.
A modelo desabafou ainda que decidiu expor o momento difícil pelo qual passou, em plena competição, para que os autores dos ataques compreendam o impacto das suas palavras e para que nenhuma outra pessoa tenha que enfrentar o mesmo tipo de violência digital que ela viveu. O sofrimento vivido não foi demonstrado publicamente durante a competição, o que levou a jovem a denunciar todos os ataques que sofrem.
O caso vem pôr a nu, mais uma vez, os limites das redes sociais e a falta de literacia digital.



