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Cultura

Morre Vasco Martins, um dos maiores expoentes da música e cultura cabo-verdiana

O músico, compositor, escritor e poeta cabo-verdiano, Vasco Martins, uma das maiores referência da criação artística nacional e pioneiro na fusão entre tradição e vanguarda, faleceu na madrugada desta quinta-feira, 27, após um período prolongado de tratamento médico, em São Vicente.

Tinha regressado recentemente de Portugal, onde vinha sendo acompanhado há cerca de três anos devido a um melanoma.

Segundo informações confirmadas pelo irmão, José Luís Martins, o músico chegou a Cabo Verde já em estado muito debilitado. Foi internado de urgência, permaneceu em cuidados intensivos e acabou por não resistir.

Obra vasta

Vasco Martins deixa uma obra vasta, singular e profundamente enraizada na identidade cabo-verdiana. Autor de composições que atravessam o clássico, o minimalismo, a música tradicional e a experimentação sonora, o artista construiu uma carreira marcada pela inovação e pela busca incessante de novas linguagens musicais.

Os seus emblemáticos concertos no Arco, estrutura mandada construir por ele no norte de Baia, tornaram-se momentos icónicos da vida cultural do país.

Perda incomensurável para a cultura

Para muitos, Vasco Martins foi mais do que um músico: foi um criador de mundos sonoros, um investigador da alma cabo-verdiana e um dos nomes que mais contribuiu para colocar Cabo Verde no mapa da música contemporânea internacional.

“Que perda tão grande para a música e para a família”, lamenta o irmão, sublinhando que a paixão, a criatividade e a entrega total de Vasco à arte continuarão a inspirar gerações futuras. “Sua música e sua memória viverão para sempre”, acrescenta.

A morte de Vasco Martins representa uma das perdas culturais mais significativas dos últimos anos em Cabo Verde. A sua obra permanece como legado incontornável, um património artístico que continuará a ecoar muito para além do seu tempo.

Ainda não ha data marcada para as cerimónias fúnebres e o último desejo de Vasco foi que os seus restos mortais fossem sepultados no pequeno cemitério existente na aldeia piscatória do norte de Baia, e que a familia continuasse a ouvir as suas músicas.

João A. Rosário

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