
Por: Luís Carvalho
Depois de quase 24 horas no ar, eis que chegámos a Shanghai, na China, um pouco exausto, mas valeu a pena este “sacrifício” para participar no seminário sobre a Economia Verde, Circular e Desenvolvimento Sustentável para os Países em Desenvolvimento.
Durante o Seminário, ficou claro que a sustentabilidade não é teoria, mas sim uma estratégia que a China adoptou e que é a nova moeda do progresso global.
Ao todo, éramos 37 os participantes deste evento patrocinado pelo Ministério do Comércio da República Popular da China e organizado pela Shanghai Business School. Além de Cabo Verde, fizeram-se presentes os seguintes países: África do Sul, Nigéria, Comores, Libéria, Moldávia, Roménia, Serra Leoa, Tanzânia, Jordânia e Turquia.

Indubitavelmente, foi uma experiência ímpar ao vermos como cada país presente está comprometido com a sustentabilidade.
Depois de temas orientados por especialistas altamente qualificados em matérias atinentes ao desenvolvimento tecnológico e mudanças climáticas, os participantes desdobraram-se em visitas ao terreno, onde puderam constatar os avanços tecnológicos com que a China vem surpreendendo o mundo, sobretudo no concernente às chamadas energias limpas, instalando turbinas eólicas e painéis solares no mar, rios, lagos, montes e montanhas.
As sessões nas salas de aula proporcionaram-nos conhecimentos, enquanto as visitas ao terreno deram-nos a oportunidade de constatarmos a tecnologia e a produção real assim como o funcionamento de empresas como Leelen e Seebest que deram vida a tudo.
Durante o Seminário, ficou claro que a sustentabilidade não é uma mera teoria, mas sim uma estratégia que a China adoptou e que é a nova moeda do progresso global.
Depois de Shanghai, cidade chinesa de mais de 24 milhões de habitantes e das suas torres altas, voamos até Xiamen, para vermos in loco, os avanços tecnológicos deste país da Ásia Oriental.
Este Seminário ensinou-nos que a China não está a preparar-se para o futuro. Está construindo-o. Desde energia verde à economia circular, tudo mostra um pensamento de longo prazo, disciplina e enorme inovação.
Como se sói dizer, uma coisa é ouvir falar da China na comunicação social e outra coisa bem diferente é pisar o solo deste grande país e ver com os próprios olhos o quão avançado está em todos os domínios.
Depois de mais de duas semanas de aprendizado, finalmente, caiu o pano sobre o Seminário e cada um retomou a viagem de regresso ao respectivo país de origem. Para trás ficou Shanghai, um dos maiores centros financeiros da China. A sua tranquilidade é convidativa para nela se viver.
Bem vigiada por câmaras de vídeo-vigilância, Shanghai oferece segurança aos seus moradores e, também, àqueles que a visitam.
Um outro aspecto que salta à vista dos visitantes é a quantidade de veículos eléctricos que circulam pela cidade, o que revela a preocupação das suas autoridades com o meio ambiente. Ah! Quase que já me esquecia. A confiança dos chineses na sua segurança é de tal ordem que não se preocupam em deixar as suas bicicletas e motociclos sem correntes e cadeados. Mas, ninguém os toca, a não ser os seus proprietários.
Como nota de rodapé, Cabo Verde, enquanto Estado arquipélago, no quadro da sua diplomacia económica, deveria aproveitar a experiência chinesa no sector das energias renováveis, como a fotovoltaica e a eólica.
Cabo Verde já adoptou medidas para reduzir a emissão de gases carbónicos, com o objectivo de atingir 50% de energias renováveis na matriz eléctrica até 2030, produzindo metade da eletricidade consumida sem combustíveis fósseis.
*Da Agência Inforpress



