Em declarações à Inforpress, Carlos Pereira, que reside em Cabo Verde há 8 anos e é casado com uma cabo-verdiana há três anos, disse que não lhes foram justificados os motivos da recusa de visto, garantido que entregaram todos os documentos conforme a solicitação por parte do Centro Comum de Visto.
Segundo elucidou, após esse processo, que aparentava estar tudo certo e conforme as regras, aguardaram pela resposta e quando foram saber o resultado lhes foram informados que recusaram o visto à sua mulher.
“Pediram os documentos normais que seguiram os seus trâmites legais, e quando entregávamos os documentos sempre faltava algo mais que, na opinião deles tínhamos que entregar, inclusive chegaram a pedir a certidão de transcrição de casamento em Portugal, entregamos a certidão pensando que estava tudo correcto, mas disseram que não, que era preciso entregar a certidão de casamento de Cabo Verde”, explicou.
De acordo com Carlos Pereira, tendo após essa situação, solicitou uma audiência com a Embaixadora de Portugal em Cabo Verde, mas que esta não o quis receber, alegando que não interfere nos assuntos do Centro Comum de Vistos, tendo nesse mesmo dia recebido pelo cônsul na rua e ao sol, informando que nada poderiam fazer para resolver o seu problema.
“O Cônsul acabou por chamar a Policia Nacional para me deter dentro das instalações da Embaixada de Portugal”, asseverou, considerando esta decisão como um acto vergonhoso da parte de alguém que na sua opinião representa no estrangeiro as cores da bandeira de Portugal.
Conforme explicou, devido a problemas financeiros, desde que chegou a Cabo Verde, não teve a oportunidade de viajar para Portugal e que agora dadas às condições, pretende levar a esposa e apresenta-la à família.
“Agora que posso ir a Portugal, visitar a minha família, conhecer os meus netos, abraçar os meus amigos, apresentar a minha mulher ao meu pai com 93 anos de idade, que faz questão de conhecer a nora não posso porque o Centro recusou o visto à minha mulher”, realçou, afirmando que fará a greve de fome até que o seu problema seja resolvido porque as leis internacionais lhes dão direito.
Entretanto, em comunicado de imprensa enviada à Inforpress a Embaixada de Portugal em Cabo Verde informou que o processo de pedido de visto em nome da esposa de Carlos Pereira está a seguir a sua tramitação normal.
O recurso apresentado no Centro Comum de Visto, de acordo com a mesma fonte, será analisado de acordo com o quadro legal vigente, o que passará pela realização da habitual entrevista à requerente, frisando, no entanto, que a Embaixada de Portugal não emite vistos sob coação ou intimidação.
Inforpress
