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Economia

São Vicente: Sokols reafirma propósito da “marcha da indignação”

O Movimento Sokols 2017 reafirmou o propósito da “marcha da indignação” agendada para a manhã deste domingo (16). Esta posição foi assumida pelo presidente da Sokols, Salvador Mascarenhas, face ao comunicado veiculado pela Cabo Verde Airlines, dando conta da avaliação das condições para viabilização de vôos para São Vicente e Praia.

“O comunicado não traz nada de novo. Se o anúncio da manifestação os faz, pensar, mais razão ainda temos de manifestar e pressionar”, disse o presidente do movimento cívico, em declarações ao A NAÇÃO.

Salvador Mascarenhas reagia assim ao comunicado veiculado pela Cabo Verde Airlines na passada sexta-feira, que avança que a transportadora aérea vai avaliar condições para viabilização de vôos para São Vicente e Praia.

Recorde-se que o conselho de administração da Cabo Verde Airlines esclarece que o principal motivo que levou a companhia a não incluir Praia e São Vicente nos seus planos de vôos, tem a ver com a opção tomada de apostar num modelo de negócio assente numa operação Hub & Spoke, com base na ilha do Sal.

Segundo esta fonte, o modelo assente na operação ponto a ponto esgotou-se, tendo demonstrado durante longos anos que não tem sustentabilidade e muito menos potencial para contribuir da melhor forma para o aproveitamento da localização estratégica de Cabo Verde.

A Cabo Verde Airlines fez saber ainda que foi feito um “estudo detalhado” de mercados potenciais, por forma a se definir a rede de rotas e frequências a ser operada pela companhia no âmbito do Hub.

“Efectivamente, e na base do estudo de mercados potenciais, foi definido uma rede que permitisse, numa base de sustentabilidade, garantir a partir do Sal, conectividade com Portugal, França, Itália, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Senegal, Nigéria e Angola”, lê-se no comunicado que ainda diz que “a consolidação do Hub é importante para o futuro da empresa”.

A Cabo Verde Airlines afirma no mesmo comunicado que “tem a plena consciência dos vôos realizados actualmente pelas companhias concorrentes para Praia e Mindelo e que usam o Hub dos seus respectivos países para oferecerem mais conexões com Cabo Verde”.

Mantendo sempre o foco no modelo de negócios assente no Hub Aéreo que se encontra, aliás, na sua fase bem inicial da sua implementação, diz a companhia que “não exclui a hipótese de vir a estudar, em sintonia com o parceiro estratégico, a viabilidade de uma operação para servir as duas maiores cidades do país numa base de complementaridade ao hub e sem pôr em causa a essência e os objectivos estratégicos subjacentes ao seu novo modelo de negócios”.

A Cabo Verde Airlines informou ainda no comunicado que a operação actual a partir do aeroporto da Praia é uma operação de recurso, circunscrita ao período de inverno (Nov18-Mar19), que “só está sendo possível devido à suspensão temporária de algumas operações do Hub para permitir à companhia actuar sobre o mercado mais afectado (Itália, França, Brasil) pela disrupção operacional de Julho de 2018”.

Recorde-se que, na semana passada, questionado sobre a possibilidade de a TACV regressar à rota São Vicente-Lisboa, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considerou que a retoma dos voos internacionais a partir de São Vicente, à semelhança do que já acontece na cidade da Praia, “não é uma decisão administrativa ou política do seu Governo”.

Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente questionou segunda-feira “que milagre fez este novo conselho de administração” da TACV “a ponto de convencer o Governo” de que, “agora sim”, os vôos Praia-Lisboa vão ser rentáveis.

É que, para Augusto Neves, em conferência de imprensa, no Mindelo, “todos os cabo-verdianos sabem” que TACV foi sempre uma “empresa-problema e deficitária” e que tem “custado muito” ao Estado e ao povo das ilhas de Cabo Verde.

Já o movimento Sokols 2017 organiza no domingo, 16, uma “marcha de indignação” para exigir a reposição dos voos da TACV para São Vicente e diz esperar que o primeiro-ministro dê uma “resposta célere” que, não havendo, poderá “trazer consequências”.

A NAÇÃO c/ Inforpress

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