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Turismo

Sete Maravilhas de Cabo Verde: A diversidade de um país a descobrir

Com uma oferta turística diversificada, que extravasa as fronteiras do turismo de sol & mar, Cabo Verde elegeu recentemente as suas sete maravilhas. Sete destinos a explorar.
Praias de areia branca ou negra, vales íngremes e sumptuosos, montanhas imponentes que rompem os céus, ribeiras, ilhéus virgens, dunas e corredores dunares e até crateras de vulcões, que convidam à prática de desportos radicais. Estes são apenas alguns dos exemplos da imensa diversidade e beleza natural que Cabo Verde tem para oferecer ao mundo, aos milhares de turistas que visitam as ilhas, mas também aos cabo-verdianos, num convite ao desenvolvimento do turismo interno.
Esta verdadeira riqueza natural está na génese do concurso Sete Maravilhas de Cabo Verde. Aliás, mais do que um concurso, trata-se de um projecto abrangente que levou à identificação, levantamento e caracterização do património natural inerte de todas as ilhas do arquipélago, com o objectivo de preservar e promover esse legado, de elevada importância para a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental, por um lado, e, por outro, para a potenciação do destino turístico Cabo Verde em termos socioeconómicos.
Belezas sem fim
A iniciativa partiu da Rede de Parlamentares para o Ambiente, Luta contra a Desertificação e a Pobreza (RPALCDP) e contou, inicialmente, com mais de 400 belíssimos lugares, identificados em todo o país.
Contudo, apenas sete poderiam levar para casa o galardão de uma das Sete Maravilhas de Cabo Verde e a eleição culminou com a escolha do Vulcão do Fogo, Praia de Santa Maria e Salinas de Pedra de Lume (Sal), Deserto de Viana (Boavista), Carbeirinho e Parque Natural de Monte Gordo (São Nicolau) e o emblemático Monte Cara (São Vicente).
A tarefa não foi fácil. Segundo a organização, foram precisos cerca de dois anos de pesquisa e muitas viagens para encontrar todos os sítios que honrassem as regras do concurso, que pretendia também despertar a sociedade para a consciência ambiental em relação às suas ilhas, em particular, e a Cabo Verde, no geral.
Dada a diversidade de oferta natural, as sete maravilhas foram eleitas de acordo com sete categorias específicas. Primeiramente, a categoria de montanha, serra e falésia (Carbeirinho); em seguida, a dos elementos naturais de cariz vulcânico (Vulcão); a terceira refere-se a ilhéus, rochas, rochedos e grutas (Monte Cara); a quarta inclui baías, enseadas, angras e zonas húmidas (Pedra de Lume); a quinta é dedicada à eleição de praias de areia branca ou negra (Santa Maria); a sexta às dunas e corredores dunares (Deserto de Viana); e, finalmente, a sétima categoria, que abrange paisagens ou áreas de interesse científico (Monte Gordo).
Depois da eleição, que aconteceu no final do ano passado, a ideia é produzir um catálogo donde constem as sete maravilhas de cada ilha de Cabo Verde. Um documento para fins turísticos, mas também que se assuma como um registo do património natural do país. Já as eleitas sete maravilhas de Cabo Verde irão constar de um roteiro turístico nacional.
Vulcão do Fogo
É, sem dúvida, um dos maiores ex-líbris de Cabo Verde. Com 2 mil 829 metros de altura, o Vulcão do Fogo pode ser vislumbrado, em dias de céu limpo, desde as ilhas de Santiago e da Brava, mas é lá nas alturas, a bordo de um avião, que o cenário se torna mais emocionante para os turistas que diariamente chegam ao Fogo para escalar este imponente vulcão. A última erupção aconteceu em Abril de 1995 e ainda hoje é visível a lava petrificada que então escorreu pelas encostas abaixo.
A actividade vulcânica torna o Fogo uma das ilhas mais férteis do país. Quem por ela passa tão cedo não esquece os seus aromas, como o do afamado vinho do Fogo, originário das videiras cujo verde contrasta com a terra negra onde são plantadas. Mesmo no sopé do vulcão, ergue-se a peculiar comunidade de Chã das Caldeiras, uma espécie de guardiã do vulcão.
Praia de Santa Maria – Sal
A emblemática Praia de Santa Maria, na ilha do Sal, figura quase sempre nos cartões postais de Cabo Verde, que se multiplicam em agências de viagens. Os motivos são evidentes: sete quilómetros de praia de areia branco-pérola, reluzente ao sol, que interage com as águas cristalinas do mar que vão oscilando com o azul claro do céu. Ingredientes mais do que suficientes para um bom mergulho no mar, de dia, ou de noite, sob o olhar da lua. Momentos de prazer que podem ainda ser acalentados por um drink à beira mar, nos restaurantes e bares da orla marítima. Ali mesmo, pode-se ainda desfrutar do melhor da gastronomia cabo-verdiana, com destaque para as famosas lagostas ou uma posta de atum grelhado.
Salinas de Pedra de Lume – Sal
Elevadas a Património Cultural Nacional, em Março de 2011, as Salinas de Pedra de Lume são um dos lugares turísticos mais visitados na ilha do Sal e em Cabo Verde. Em época alta, chegam a receber uma média de 400 turistas por dia. Localizadas na vila de Pedra de Lume, estas salinas são o que resta de uma antiga exploração de sal mineral, que teve início com a descoberta deste recurso, em 1833. Ainda é possível encontrar-se as pequenas casas dos trabalhadores, os armazéns do sal e o que resta dos cavaletes de madeira que sustentavam o teleférico para o transporte do produto até os barcos. Graças às propriedades naturais da água, 27 vezes mais salgada do que a água do mar, os corpos flutuam à superfície, o que dá uma sensação de tranquilidade, muito apreciada pelos turistas. Desta forma, as salinas constituem um spa a céu aberto.
Deserto de Viana – Boavista
Formado pelas areias transportadas pelos ventos do Sahará, o Deserto de Viana, na Boavista, é local de passagem obrigatória na conhecida ilha das dunas. Inclusive, é um dos lugares mais apreciados pelos turistas que ali aportam. Com enormes dunas de areia branca a perder de vista, onde sobressai um pequeno oásis de coqueiros, tamareiras, palmeiras e acácias, o Deserto de Viana convida a uma experiência única em Cabo Verde – uma verdadeira travessia do deserto, a pé, a cavalo, ou de moto-quatro.
Carbeirinho – Tarrafal de São Nicolau
Não é fácil descrever o aglomerado de rochas que formam o Carbeirinho, no Tarrafal de São Nicolau. Verdadeiras esculturas, assimétricas, esculpidas em pedras de tom claro, de frente para o mar. Só vendo e sentindo in loco. A paisagem deserta e a sensação de horizonte longínquo que o mar transmite remetem o visitante para momentos de harmonia com o universo. Um local obrigatório para quem visita São Nicolau.
Parque Natural de Monte Gordo – São Nicolau
Localizado na zona oeste da ilha de São Nicolau, o Parque Natural do Monte Gordo é de uma beleza inigualável. Um total de 32 espécies de plantas endémicas, das quais 26 figuram da lista de plantas em perigo de extinção, constituem um ecossistema riquíssimo e fazem do parque o local ideal para a prática do ecoturismo, servindo-se de circuitos pedestres e de um parque de campismo. Há ainda um centro de pesquisa e investigação. Num dia de boa visibilidade, quem se aventurar pela zona protegida de Monte Gordo, além de uma vista maravilhosa sobre a ilha de Chiquinho, consegue ainda vislumbrar o Pico de Antónia, em Santiago, e o Vulcão do Fogo.
Monte Cara – São Vicente
Outrora conhecido como Monte Nelson, Monte Washington ou Cabeça de Washington, o Monte Cara é um ícone incontornável de Cabo Verde e de São Vicente. Eternizado na música de Cabo Verde por uma das maiores vozes das ilhas, Cesária Évora, o Monte Cara é escalado por turistas e nacionais que se aventuram em caminhadas pelo Fundo de Ladera. Mas é durante o pôr-do-sol, ora avermelhado, ora mais alaranjado, entre as nuvens, que esta montanha apresenta a sua forma mais sublime.
Gisela Coelho

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