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Sociedade

“A partir de agora vamos sair todos os anos e em todas as ilhas” – Júlio Ascensão Silva

Cerca de três centenas de pessoas responderam ao apelo das duas maiores centrais sindicais de Cabo Verde (UNTC-CS e CCSL) e do MAC#114 para a manifestação do primeiro de Maio “dia de luta e reivindicação social”.
A partida, à frente do edifício 1º de Maio, na avenida Cidade de Lisboa, aconteceu por volta das 10 horas, e as mais de 300 pessoas pediram mais emprego e dignidade social, melhores condições de vida, reposição de compra, devolução do IUR, maior esclarecimento sobre o salário mínimo, entre outras reivindicações.
No final, os dirigentes sindicais, mais o MAC#114 e a representantes da Associação Pilorinhu (Achada Grande Frente), subiram ao palanque para falar às pessoas sobre a “conquista” que é marchar neste “dia do trabalhador”.
Um dos representantes do Movimento de Acção Cívica (MAC), disse que é momento de mudança no país. “Queremos mais emprego para Cabo Verde”, deu o seu grito.
Júlio Ascensão afirmou, perante um número pouco expressivo de pessoas que o objectivo principal era trazê-los à rua, não importando a quantidade. “São décadas aqui em Cabo Verde a dizer aos nossos trabalhadores que hoje é um dia de festa, um dia de passeios, mas nós quisemos romper com essa tradição”, afirmou o secretário-geral da UNTC-CS Júlio Ascensão Silva. “Queremos um novo paradigma para o primeiro de Maio em Cabo Verde, é um dia de luta em toda a parte do mundo, de reflexão e principalmente de homenagem àqueles que deram a sua própria vida para hoje termos o direito que temos. É um início de mudança que vai-se verificar em Cabo Verde”.
Júlio Ascensão Silva garantiu que a partir de hoje, “vamos sair todos os anos e em todas as ilhas”. Já Jorge Cardoso, presidente da União Sindical de Santiago reforçou que este dia não deveria ser reconhecido como “de festa” mas “de luta laboral”. “É chegado o momento de perguntar aos trabalhadores se estão confortáveis”, acabando o secretário-geral da CCSL, José Vaz, afirmando que Cabo Verde vive hoje “um dia difícil”. “Queríamos trazer a questão do desemprego. O INE disse que o emprego está em 15,8%, é muito alto. A ministra da juventude, Janira Hopffer Almada tem de trabalhar para descer”.
As cozinheiras da FICASE também fizeram presença forte e continuam revoltadas com o salário de cerca de oito mil escudos. “Entramos às 6hrs30 e saímos às 18 hrs30 e não temos nada, não recebemos nenhum apoio. Recebemos apenas oito mil e 70 escudos. Fazemos isso pelas crianças, trabalhamos pelo povo”, afirmou Maria Vaz Jorge, cozinheira há 19 anos.
Os sindicalistas garantiram que a partir de agora, todso o anso, 1 de Maio, haverá uma manifestação. CG

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