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Política

Avenida Aristides Pereira na Cidade da Praia uniu políticos e gerações

A inauguração na Cidade da Praia da Avenida Aristides Pereira, em homenagem ao primeiro presidente de Cabo Verde, juntou hoje políticos dos vários quadrantes do país, que destacaram a vida e obra do “herói”, falecido em dezembro de 2011.
A ideia foi proposta há vários meses pelo terceiro dos quatro chefes de Estado que Cabo Verde conheceu em 40 anos de independência, Pedro Pires (2001/11), que a apresentou ao município da Cidade da Praia, presidido por Ulisses Correia e Silva, igualmente líder do maior partido da oposição, o Movimento para a Democracia (MpD).
A avenida Aristides Pereira, de cerca de 2,5 quilómetros de extensão, é parte do que foi a primeira pista do antigo aeródromo praiense e é conhecida simplesmente como a “estrada do Aeroporto” e o “batismo” foi integrado no quadro das celebrações do 40.º aniversário da independência de Cabo Verde, que se celebra domingo.
O ato foi “simples e simbólico” e consistiu na instalação de duas placas no início dos dois sentidos Cidade da Praia/Aeroporto e Aeroporto/Cidade da Praia, com o nome de Aristides Pereira e com inscrições de “faça uma boa viagem” no primeiro e “Bem-vindo à Cidade da Praia”, no segundo.
Os discursos foram simbólicos, rápidos e sentidos, juntando, além de Pedro Pires e Ulisses Correia e Silva, o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, o presidente do parlamento, Basílio Mosso Ramos, o primeiro-ministro, José Maria Neves, e vários familiares de Aristides Pereira, representado pelo neto, Carlos Pereira.
Em declarações aos jornalistas, o ideólogo da iniciativa, Pedro Pires, disse sentir-se “aliviado” com a homenagem da cidade a Aristides Pereira, defendendo, porém, que outros atores importantes da libertação, independência e edificação de Cabo Verde devem ser relembrados em monumentos ou ruas da capital e de outras cidades.
“É em nome da preservação da memória, e também de uma certa justiça e homenagem aos atores principais da nossa história, que os nomes estejam nas vias principais da nossa capital e das outras cidades do país”, afirmou.
Jorge Carlos Fonseca considerou o gesto “bonito ” e que “vale pelo simbolismo político e moral” e salientou que se iniciam “da melhor maneira” as comemorações oficiais dos 40 anos da independência com a inauguração “de uma grande avenida” com o nome ao primeiro presidente do Estado independente de Cabo Verde.
“É uma forma de perenizar aqueles que deram uma parte significativa das suas vidas a uma causa, neste caso, à causa da independência, da governação e da construção do Estado de Cabo Verde e é justo que a capital o homenageie devidamente”, disse, por sua vez Correia e Silva.
José Maria Neves afirmou tratar-se que de um “momento importante da história” do país, sobretudo por homenagear, 40 anos depois, o homem que trouxe a primeira mensagem de esperança de um futuro melhor para todos.
“Homenagear Aristides Pereira é homenagear a República e esses 40 anos de abnegados esforços na construção de uma outra terra dentro da nossa terra, como dizia Amílcar Cabral”, realçou Neves.
Para Carlos Pereira, neto de Aristides Pereira, a homenagem tem “grande significado para a família”, sobretudo por se enquadrar nas cerimónias oficiais dos 40 anos da independência.
“Foi um tributo aos combatentes da liberdade da Pátria, em que se inclui Aristides Pereira como primeiro presidente de Cabo Verde, e achamos uma homenagem singela mas justa, que honra a família”, afirmou.
Aristides Pereira, que faleceu a 22 de setembro de 2011 nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), era natural da ilha cabo-verdiana da Boavista, onde nasceu a 17 de novembro de 1923 (88 anos), tendo dedicado a sua vida à causa cabo-verdiana, sobretudo como político, confundindo-se com a História do antes e do pós independência de Cabo Verde.
Um dos cofundadores do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 1956, Aristides Pereira foi, ao lado de Amílcar Cabral, Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, um dos principais dinamizadores do movimento que lutou pela emancipação das duas antigas colónias portuguesas.
Em 1991, logo após a abertura política, Aristides Pereira foi derrotado nas primeiras eleições pluralistas da História de Cabo Verde por António Mascarenhas Monteiro, abandonando, de seguida, a política ativa para se dedicar às biografias.
Fonte: Lusa
 
 

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