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Economia

Pecuária: Criadores estão a alimentar gado com cartões e papelões

Os criadores do gado, sobretudo da espécie bovina, estão a recolher cartões e papelões junto das casas comerciais, na cidade da Praia e interior de Santiago, para alimentarem os seus animais. Isso numa altura em que o pasto torna-se cada vez mais difícil.
Um funcionário de uma das casas comercias na cidade da Praia disse ao A NAÇÃO que, diariamente, cerca de uma dezena de criadores de gado das localidades de Vale da Custa (São Domingos) e São Francisco (Praia) recorrem aos depósitos de lixo nos supermercados e casas comerciais à cata de papéis e cartões de embalagens para alimentar as suas crias que  sofrem com falta de pastos. “No período da manhã, ou da tarde, os criadores recolhem os caixotes e diversos tipos de papéis que são depositados no tanque de lixo do supermercado, enchem os carros e vão-se embora”, frisa.
Ao que consta, na posse do papelão, os criadores os cortam em pedaços que misturam com a pouca forragem e ração em seu poder e dão aos seus animais.
Confrontado com esta situação, o director do Serviço Pecuário Nacional, João Fonseca, afirma que, infelizmente, os criadores têm estado a dar e deixar os seus animais à solta a comer papelão, por falta de pasto. Ainda ele, é uma prática reprovável e desaconselhável. “Os criadores têm estado a dar às suas crias ruminantes papel e outros desvirados para comerem. Mas isso não deve ser porque as caixas de papelão contêm escritos com tinta e, em muitos casos, essa tinta contém chumbo e outras coisas nocivas para saúde animal. Mesmo os derivados desses animais, como leite e carne, ao serem consumidos por humanos, podem pôr em risco a saúde das pessoas”, adverte. Fonseca reforça, por isso, que a alimentação para o gado deve ser pasto e ração.
ALTERNATIVAS
A delegação do MDR na ilha Brava está a incentivar os criadores locais a produzirem pasto (capim-elefante), em casa, para alimentar o gado. Para isso, utilizam vasilhas como bidões, latas de plásticos e água de lavagem de louças. Com essa técnica, em 45 dias, as plantas estarão prontas para o consumo.
Em São Vicente também os agricultores e criadores do gado, com a ajuda do MDR, estão a apostar no cultivo de plantas forrageiras, designadamente gegé, capim-elefante e moringa. Isto como forma de reforçar a dieta alimentar dos animais.

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