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Futebol feminino: Seven Stars volta a colocar atletas na rota do Ouriense

O Seven Stars, clube desportivo da Praia, pretende voltar a enviar atletas de futebol feminino para o Atlético Ouriense, de Portugal. A partida de três “crioulas” poderá acontecer já no final deste mês de Agosto e surge como o coroar de um protocolo entre as duas agremiações.
Ao todo, estão de malas feitas para o Ouriense, três jogadoras que têm estado a evoluir no Seven Stars desde 2012: Manaus, Evy e Diane. Todas elas campeãs nacionais pelo Seven, em 2014.
O certo é que essa não é a primeira vez que atletas do Seven tentam a sorte no futebol lusitano, uma modalidade que tem estado a crescer na Europa, inclusive em Portugal. Na época 2013/2014, Manaus, Viana Correia e Joseline Fernandes, todas cabo-verdianas, ingressaram no Ouriense, ajudando-o a conquistar o campeonato feminino, bem como a Taça de Portugal. Mais recentemente, Evy esteve, também, à experiência naquele clube e deixou boa impressão, tanto assim que o seu regresso foi solicitado.
O Atlético Ouriense foi promovido à primeira divisão portuguesa feminina na época 2011- 2012, ganhando logo de seguida o campeonato português nesse ano e em 2014, ano este em que se tornou a primeira equipa feminina portuguesa a qualificar-se às eliminatórias da Liga dos campeões feminina.
ADAPTAÇÃO NADA FÁCIL
No entanto, como é normal no mundo desportivo, nem tudo foram rosas para as jovens cabo-verdianas. Pois, conforme revela o dirigente do Seven Star, Gil Evora, as atletas tiveram “sérios problemas relacionados com a adaptação”, desde logo, pelo estilo de vida, mas também aos treinos e aos jogos. A somar a isso, “tiveram também que passar por um processo de nova solicitação de um visto de entrada especial para a actividade desportiva”.
Outrossim, o facto de se sair de um futebol “puramente amador” e ingressar no “futebol de alta competição” constituiu “um percurso nada fácil” para as jovens cabo-verdianas. A isso juntou-se, ainda, uma série de questões que pesam no sucesso futebolístico das atletas, entre elas, “os costumes, hábitos, as novas amizades, o ambiente escolar e profissional, enfim, um rol de factores que são decisivos”.
EVY, UM CASO
Evy Pereira, que esteve durante um curto espaço de tempo ao serviço do Ouriense, conta que um dos aspectos que terá contribuído para o seu regresso a Cabo Verde tinha a ver com o visto concedido pela Embaixada de Portugal na cidade da Praia. “Sempre que entregávamos os documentos solicitando o visto, criavam-nos dificuldades, alegando a falta de um outro documento, por causa disso, acabámos por pedir um visto de férias para que pudéssemos frequentar o estágio no Ouriense”.
Desta feita, a história é diferente. Isto porque agora o interesse maior parte do próprio clube português, que, por causa disso, se encarregou de cuidar dos documentos necessários, por forma a que tudo corra sem sobressaltos de maior.
Aos 21 anos Evy Pereira espera seguir os seus estudos superiores. E, tendo em conta que já tem conhecimentos acerca da estrutura e organização do Atlético Ouriense, ela acredita que a adaptação desta feita poderá ser mais facilitada. “Além de jogar quero também fazer um curso superior, coisa que acredito ser capaz”, afirma.
O possível sucesso ou não das jogadoras no exterior é algo que depende apenas das mesmas, no entanto, o presidente do Seven garante que “o protocolo entre as equipas é algo que deverá perdurar”, materializando-se com o envio de atletas que se destaquem.
As atletas que compõem o plantel do Seven têm um estatuto “especial” no clube, conforme explica Gil Évora: “A vertente social do clube representa 80% do orçamento anual do clube, que se destina sobretudo às propinas, assistência médica e cestas básicas”. De tal forma a movimentação de atletas neste circuito não tem qualquer retorno financeiro para o Seven, que gasta montantes no processo.
JF

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