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Economia

Indústria de farinha de peixe: Falta de electricidade encarece o preço da exportação

Cerca de seis mil contos é o montante que a OJFP – Indústria de Farinha de Peixe, em São Vicente, deverá despender para fazer a ligação da empresa à rede pública de energia eléctrica, uma quantia que o administrador, Odair Pinto, afirma ser “insuportável” para a empresa, que ainda está a estabelecer-se. Como alternativa recorre-se a geradores que encarecem o produto de exportação.
Embora estabelecida na zona industrial do Lazareto desde finais de 2012, a OJFP- Indústria de Farinha de Peixe ainda não dispõe de ligação à rede pública de electricidade. Um constrangimento que, segundo o administrador Odair José Pinto Ferreira, a empresa está a tentar ultrapassar, mas que até então não foi possível, nem com a promessa do Primeiro-ministro, José Maria Neves, feita no ano passado, por altura do 39º aniversário da independência. “Em 2015, já fizemos vários contactos com o Ministério da Indústria, mas até agora não temos nada de concreto”, explica.
Nada de concreto a não ser o orçamento emitido pela Electra, a que o VALOR teve acesso, e que obriga a empresa a pagar, para a ligação de Média Tensão, 50 por cento (50%) de mais de oito mil e 700 contos. Isto sem falar de outros custos adjacentes como a construção da casa do Posto de Transformação, cerca de 700 contos, e da escavação dos vales, também quase o mesmo montante. “Já tínhamos até feito o contrato, mas tivemos de desistir, porque o valor é insuportável para a nossa empresa que ainda está a estabelecer-se. Não conseguimos simplesmente”.
Como alternativa, a fábrica que transforma os resíduos de pescado da “Frescomar”, e com capacidade agora de receber até 50 toneladas de peixe fresco, recorre ao uso de geradores, o que provoca uma despesa mensal de mais de 600 contos e que acaba por se reproduzir no preço final do produto.
Expandir mercado
Não obstante as dificuldades, a OJFP está a expandir-se no mercado. Depois de iniciar a exportação com Angola, que neste momento está em stand by devido à crise económica que agora afecta esse país africano, a empresa conta já ter exportado para a Costa do Marfim 468 toneladas de farinha, normalmente utilizada para ração animal, só em 2015. Além das 72 toneladas enviadas também para o Líbano. Um mercado que, segundo Odair Pinto, foi facilitado com a entrada em circulação do navio “Nhu Padre Benjamim”, da Lusolines.
A esses mercados, acresce o da União Europeia. “Já fizemos a primeira inspecção no âmbito da Ecopesca, e até final do mês aguardamos a vinda de inspectores europeus, para que possamos ter a licença”, salienta.
Ainda a pensar no futuro, a OJFP pretende explorar o fabrico de um subproduto, o óleo de peixe, utilizado para fins medicinais, cosméticos, produção de Omega 3 e outros, que vai ser exportado para a Espanha. “Tudo o que produziremos terá como destino a empresa Harinas de Andaluzia, que inclusive enviou um técnico para terminar a montagem da linha de produção”, garante Odair Pinto, que espera assim aumentar os números de postos de trabalhos que, por agora, está em 22 fixos, mas que atinge os 46 funcionários, conforme o volume de trabalho.
 
 

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