O ano 2015, em termos do desenvolvimento rural, fica marcado pela boa produção agrícola, tanto a nível da agricultura de sequeiro como do regadio. Apesar de algumas pragas, nomeadamente lagarta medidora, que dizimaram o cultivo de feijão bongolon e plantas de abóbora, em algumas localidades de Santa Catarina de Santiago, ilha do Fogo e Maio.
A chuva registada, em 2015, sobretudo nas ilhas do Sul deste arquipélago, permitiu não só uma boa produção agrícola a nível do sequeiro, como também a germinação de pasto forrageiro em abundância e qualidade. Isto numa altura em que as previsões apontavam para um ano agrícola medíocre, para não dizer mau, devido ao atraso na chegada das chuvas.
A nível de regadio, 2015 fica marcado pelo o transbordo da maioria das barragens já construídas, nomeadamente Poilão (São Lourenço das Órgãos), Faveta (São Salvador do Mundo), Saquinho (Santa Catarina), e Figueira Gorda (Santa Cruz), todas em Santiago. A quantidade de água armazenada nessas infra-estruturas permitiu a retoma produtiva nas várias bacias hidrográficas, sobretudo a de Poilão, que vinha abastecendo os mercados nacionais com hortícolas frescos e a um preço acessível.
Contudo, importa referir que os cultivos nas ilhas de São Nicolau e Santo Antão foram fortemente fustigados pela passagem do furação Fred por Cabo Verde. O mau tempo provocou o derrube de plantas fruteiras como bananeira, papaieira e fruta pão. Mas também danificou instalações de cultivos em estufas e hidroponia. Em São Nicolau, por exemplo, os prejuízos rondaram os 30 mil contos.
Mas o “Fred” deixou também muita água nas barragens, sobretudo em Santiago e Santo Antão, deixando Cabo Verde com um armazenamento jamais registado nestas ilhas – cerca de cinco milhões de litros cúbicos. Infelizmente, a água retida em Figueira Gorda (São Nicolau), em pouco tempo, desapareceu, deixando a nu as deficiências de um tal investimento, que não ficou por pouco. O Governo, esse, já disse que vai proceder à correcção dos problemas detectados.
Em geral, no que diz respeito ao ano agrícola, prevê-se uma boa colheita, tanto a nível da agricultura de sequeiro bem como de regadio, como há muito não se via em Cabo Verde, assim como pasto para os amimais. Com a água armazenada os agricultores perto das barragens construídas poderão dar curso ao seu trabalho, retirando da terra os meios de subsistência, agora com melhores condições do que no passado.