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Política

Líder do PAICV diz que as pessoas têm vales-cheques mas falta o dinheiro

A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse que o plano de mitigação do mau ano agrícola não está a resolver efectivamente os problemas dos agricultores e criadores de gado e que as pessoas recebem vales-cheques, mas não os usam.
“Um criador de gado apresentou-nos um conjunto de 28 vales-cheque que ainda não os utilizou porque não tem como arranjar o restante dinheiro para completar”, indicou Janira Hopffer Almada, a título de exemplo de como as pessoas do mundo rural estão a enfrentar dificuldades por causa da seca que assolou o país em 2017.
Segundo aquela dirigente política, as pessoas estão “sem trabalho e sem rendimento” e, por isso, mesmo que tenham estes vales-cheques de 300 escudos, “não têm o remanescente para adquirem sacos de ração”.
“As pessoas disseram-nos que há uma grande falta de respostas no que tange às medidas para apoiar os criadores de gado e que os vales-cheques não estão a ter resultados”, precisou Janira Hopffer Almada, que chefiou uma delegação dos deputados do PAICV numa jornada parlamentar descentralizada no concelho de São Domingos.
A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde e líder da bancada parlamentar desta força política fez estas declarações à Inforpress depois de visitar as localidades de Loura, Rui Vaz e outras na freguesia de Nossa Senhora da Luz, no município de São Domingos.
Conforme fez notar, a falta da água é um outro problema com que se deparam as pessoas das localidades visitadas e a situação tende a “piorar ainda mais” com os últimos aumentos dos preços da electricidade e da água.
Para ela, os postos de trabalho no meio rural anunciados pelo Governo de Ulisses Correia e Silva “não estão a resultar”, porque, diz, por um lado, “abrange um número muito reduzido de famílias” e, por outro, “o valor que está sendo pago (350 escudos/dia) acaba por não apoiar as famílias”.
O Governo, prossegue, fala muito nos agricultores e criadores de gado, esquecendo-se das famílias, muitas das quais, afirma, “não têm uma única fonte de rendimento”.
Na perspectiva da líder da oposição, é importante que se pense também no futuro.
“Não podemos estar, todos os anos em que há seca, a recorrer à ajuda da comunidade internacional e não temos a preocupação para, internamente, prepararmos melhor o país, destinando uma parte dos recursos orçamentais para o aumento da nossa resiliência”, enfatizou a presidente do PAICV.
A primeira responsável do partido tambarina lamenta ainda o facto de os cabo-verdianos ainda não saberem quanto já foi gasto da ajuda de um milhão e 100 mil contos dos parceiros internacionais, e em que concelhos, ilhas e o número de beneficiários.
Por isso, promete, no Parlamento, pedir estas informações, uma vez que a luta para fazer face ao mau agrícola e seus efeitos “não pode ser só de boca e de basofiaria”.
Inforpress

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