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Política

PTS quer 150 mil votos nas legislativas de 2021

O Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS) quer chegar à fasquia dos 150 mil votos nas eleições legislativas de 2021. Este objectivo está patente na sua moção de estratégia, “Sonhar o impossível”, apresentada no congresso do partido, que aconteceu no Mindelo, há um mês. O novo presidente, Gilson Alves, encontra-se já no terreno.
Chegar aos 150 mil votos nas legislativas de 2021 é a meta preconizada pelo PTS, agora liderado pelo médico Gilson Alves, eleito no último congresso dessa formação, realizado há cerca de um mês no Mindelo (ver caixa). A nível político e a longo prazo o partido ambiciona governar Cabo Verde com vista à almejada “independência económica” destas ilhas.
Conseguir um objectivo tão ambicioso, como o revelado pelo último congresso do partido fundado por Onésimo Silveira, nos anos noventa, passa pela definição de novas estratégias políticas, entre as quais “a eliminação da desordem das operações políticas”. Quem o diz é o próprio Gilson Alves.
“Proponho que procuremos esses 150 mil votos nos próximos anos, como procuramos água para beber, como absorvemos água para sobreviver. Seremos vorazes, queremos absorver esse eleitorado, queremos absorver essa matéria preciosa que dará vida ao partido. O PTS recuperará o seu instinto de sobrevivência”, acrescenta.
Acções no terreno
Após o Congresso de 14 de Abril, na cidade do Mindelo, o PTS encetou uma série de actividades no terreno para se inteirar da real situação dos cabo-verdianos, a partir de São Vicente, dando-se a conhecer também ao país. O bairro de ilha de Madeira, cuja visita aconteceu no dia 15 de Maio, é apenas o exemplo concreto destas acções do PTS. No local Gilson Alves auscultou e falou com populares e até deixou a promessa, de em caso de vitória, em 2021, a festa do partido será naquele bairro de São Vicente.
Também dentro deste mês o PTS esteve no mercado de peixe do Mindelo, onde definiu o vendedor de peixe como “um símbolo de empreendedorismo e da procura da felicidade, pelo próprio esforço”. Na última terça-feira responsáveis do partido visitaram as instalações da Frescomar, neste caso, para se inteirar da situação laboral da empresa.
Gilson Alves avançou que tal acção enquadra-se no “debate alargado sobre a relação trabalhador-empregador” em Cabo Verde. Aqui foi anunciada a proposta da “sindicalização automática” do trabalhador contratado, medida essa que deverá ser acompanhada da “abolição” do salário mínimo. Aliás, neste contexto, o PTS pretende organizar, em breve, uma conferência subordinada ao tema: “Salário mínimo – Abolir ou manter?”.
Congresso com ausências
Gilson Alves, o novo líder do PTS, tem 36 anos e é natural de São Vicente. É formado em medicina e actualmente, além de exercer a profissão, assume-se como “cientista” na área do HIV. Foi eleito o presidente do PTS, no congresso que se realizou no Mindelo a 14 de Abril. Alves sucedeu assim a José Augusto Fernandes na liderança desse partido.
Segundo Alves, para o conclave, foram convidados todos os fundadores e militantes que era possível convidar e dos quais o partido tinha contacto. Uma das ausências de peso, ou a mais notada, foi a do presidente cessante.
“Convidamos obviamente a anterior liderança. Contactámos, várias vezes, e propusemos, aliás, trazê-los com todas as despesas pagas. Muitos não estiveram no congresso porque não quiseram, outros nem apresentaram um motivo para justificar a sua ausência”, avança.
O certo é que no último congresso houve uma mudança dos estatutos, sendo que os órgãos do partido foram drasticamente diminuídos. “Neste momento temos dois vice-presidentes, todos temos funções executivas. Todos os órgãos, inclusive o Conselho Nacional, foram comprimidos para que possamos ter mais agilidade e eficiência”, conclui.
JF
Esta reportagem foi publicada na edição impressa nº560 do Jornal A NAÇÃO

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