O PAICV e a UCID (oposição), numa antevisão ao debate sobre o Estado da Nação, traçam um retrato mau do país, mas o MpD (maioria) reconhece que nem tudo está bem, mas nem tudo está mal.
O debate sobre o Estado da Nação tem lugar nesta sexta-feira, 27, último dia da sessão parlamentar de Julho, mas as s forças partidárias têm leitura diferente quanto ao rumo em que está o país.
O MpD, apesar de reconhecer que nem tudo está bem, garantiu que “temos uma Nação que não está pintada de negro como a oposição quer fazer passar”.
“Gostaríamos que a Nação estivesse muito melhor, mas dentro das nossas possibilidades e das possibilidades do Governo e, de acordo com aquilo que vimos nas pessoas, consideramos que a Nação vai bem”, afirmou Emanuel Lopes, deputado do MpD, que se diz expectante de que “no ano que virá as coisas irão melhorar muito mais”.
Mas na visão do PAICV a Nação “está consternada, deprimida, desesperançada, beliscada e ferida no seu orgulho”.
Esta leitura, segundo Rui Semedo, deve-se aos acontecimentos trágicos e à falta de respostas do Governo, a violação de direitos sindicais, a perseguição e represálias às pessoas e porque também há pessoas a passar por “grandes dificuldades, abandonadas à sua sorte” neste mau ano agrícola e por causa da falta de confiança das pessoas no Governo.
De acordo com este dirigente do principal partido da oposição, Cabo Verde “piorou claramente em termos de liberdade, em relação ao nível de vida das pessoas, em termos da saúde, do atendimento às pessoas e acesso à saúde, das evacuações dos dentes, porque houve vítimas e ainda regrediu em termos de segurança e democracia”.
Na mesma linha, a UCID afirmou que Nação cabo-verdiana “não está bem e precisa de cuidados”, porque neste momento existe um caos a nível dos transportes aéreos, há cobrança de impostos e realização de obras que não estão no Orçamento do Estado, sem falar na questão da insegurança e do desaparecimento de crianças.
Para António Monteiro “temos um país totalmente diferente” daquilo que o MpD prometeu, com a “diminuição dos postos de trabalho, com vários problemas, manifestações dos vários sindicatos e com o Governo a tentar silenciá-los de forma arrogante”.
Inforpress