As centrais sindicais cabo-verdianas uniram-se para exigir do Governo um Orçamento do Estado 2019 com aumento salarial para os trabalhadores visando repor o seu poder de compra.
Essa consideração é dos líderes das centrais sindicais, UNTC-CS e CCSL, em declarações à imprensa antes da reunião do Conselho de Concertação Social, que teve lugar esta sexta-feira, 17, para a apresentação das directrizes do Orçamento de Estado para 2019 e a análise/aprovação da acta da reunião anterior.
Segundo a secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, a contribuição desta central sindical vai no sentido de exigir do executivo um reajusto salarial “com base num pressuposto mais palpável e não no que este quer apresentar aos parceiros sociais”.
“O Governo tem uma proposta com base na deflação e inflação dos anos 2016/2017 e previsão de 2018. Nós não queremos isso, pois, temos um acumular do não aumento salarial desde 2011. Queremos algo mais razoável e com base na taxa de crescimento económico que é de quatro por cento”, disse.
Ainda segundo Joaquina Almeida, a União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS) leva à mesa propostas que quer que constem do Orçamento do Estado para 2019, que inclui o aumento do salário mínimo dos trabalhadores da função pública e melhoria da situação dos marítimos e dos trabalhadores da administração pública.
Não podemos deixar que todos pensam que está tudo bem, quando nada está bem, disse, referindo-se também a situação por que passam os marítimos, uma classe, segundo ela, “esquecida” e a qual o Governo prometeu apresentar, no mês de Junho, um estudo para diminuição de idade de reforma, mas que até então não aconteceu.
Já a Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), segundo o seu o secretário-geral, José Manuel Vaz, vai apresentar um conjunto de preocupações que afecta os trabalhadores e que têm a ver com o desemprego, que quer que seja reduzido a 10%, assim como o aumento salarial.
“Queremos que os trabalhadores tenham maior poder de compra, pois, a seca que se faz sentir tem fustigado os cabo-verdianos, pelo que pensamos que o Governo e os empregadores devem fazer um esforço para melhorar os salários na administração pública e outras categorias”, declarou.
José Manuel Vaz avançou ainda, que vai propor um aumento do salário mínimo de 13 para 14 mil escudos em 2019 e lançar outras propostas que têm a ver com aumento da pensão dos reformados da função pública, que desde os anos 80 não teve qualquer actualização.
A reunião do Conselho de Concertação Social foi presidida pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.
C/Inforpress