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Economia

Ilha do Fogo: Amostra do café de Monte Queimado vai estar pela segunda vez na Feira Internacional “Terra Madre”

A amostra do café do Fogo 100 por cento (%) arábica e orgânico, do Morgadio de Monte Queimado, a maior propriedade unificada de produção de café na ilha, vai estar presente, pela segunda vez, na edição da feira Internacional “Terra Madre”.

A décima segunda edição da Feira Internacional “Terra Madre salone del gusto 2018” decorre em Turim (Itália) de 20 a 24 de Setembro e Djar´Fogo, uma empresa que se dedica ao turismo alternativo em que o café constitui o “símbolo de qualidade” do seu serviço, foi convidada.

Segundo o responsável da empresa, Agnelo Vieira de Andrade, Djar`Fogo foi convidada a participar pela segunda vez, depois de ter marcado presença em 2016 com amostra do café arábico, cultivado na área montanhosa e fértil dos Mosteiros, há mais de 200 anos (1790).

Conforme explicou, a empresa estabeleceu contactos com as três câmaras municipais da ilha em meados de Julho para uma participação mais efectiva, mas até este momento não obteve nenhuma reação nesse sentido, e a deslocação de uma funcionária deve-se em parte a apoio de empresas como a Zebra Travel (agência de viagens) e EME – Marketing e Eventos que traduziu os desdobráveis contendo informações do café de Monte Queimado para as línguas inglesa e francesa.

A participação na feira, segundo Agnelo Vieira de Andrade, constitui uma forma de promover o café da ilha do Fogo, além de constituir uma oportunidade para conhecimento e estabelecimento de novos parceiros internacionais

Vieira de Andrade disse ainda à Inforpress, que a empresa Djar`Fogo tem dedicado à torrificação de café para comercialização, tendo sublinhado que como a colheita deste ano foi fraca, menos de 60 por cento em relação ao ano passado, têm estado a racionalizar a comercialização para garantir o funcionamento da empresa.

Entretanto, criticou a falta de atenção que é dedicada ao sector, indicando que desde meados de Julho que solicitou umas informações ao Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) relativo a funcionamento da máquina de debulha instalada no edifício do MAA nos Mosteiros,  até hoje não recebeu qualquer reação.

Por outro lado, avançou que o preço de 70 escudos por quilo exigido neste momento para a debulha é insustentável para os proprietários que antes pagavam seis escudos por quilo.

Segundo Agnelo Andrade, a não realização de trabalhos de murros, vergas e terraços nas propriedades de cultivo de café como forma de evitar a erosão, o não funcionamento da associação de produtores do café do Fogo são outros aspectos que não têm ajudado no desenvolvimento do sector.

Do seu ponto de vista, no caso da associação dos produtores defende a constituição de uma nova porque, segundo disse, a actual “já deu o que tinha para dar…”.

O café arábico e orgânico de Monte Queimado (Fogo), foi premiado com a Medalha de Ouro da Exposição Colonial no Porto, em 1934, como “o melhor café do império” e em 1917 e 1918, conquistou os primeiros prémios numa exposição agrícola realizada na Cidade da Praia, além de ter tido uma participação na grande exposição da Índia Portuguesa, em 1954.

A propriedade unificada de Monte Queimado (Fogo) terá sido a “incubadora” do café em Cabo Verde, logo a seguir à ilha S. Nicolau, onde a planta foi introduzida em 1790. A partir de 1874, Monte Queimado passou a pertencer à família Henriques que, ao longo de seis gerações, vem escrevendo a história deste que já foi considerado, nos anos 50 do século XX, o melhor café do império português.

O café do Fogo define-se como de espécie arábica, cultivado em região rústica e vulcânica, num microclima especial. Muito resistente à seca, a sua planta sempre foi cultivada de modo tradicional, o que explica a sua quantidade reduzida e a sua elevada qualidade.

Além de Djar´Fogo com o café de Monte Queimado, outras três empresas, duas de São Vicente e uma de Santo Antão, vão marcar presença na edição deste ano de “Terra Madre salone del gusto 2018”.

Inforpress

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