O Presidente da República apontou hoje os transportes e a energia como “os maiores condicionalismos” que se colocam às indústrias em São Vicente, por isso o Governo deve “acelerar” as medidas para combater esses dois factores.
Jorge Carlos Fonseca, que fazia o balanço da visita de dois dias à ilha de São Vicente, confirmou que “ausência de regularidade e de previsibilidade dos transportes” afigurou-se como uma das reclamações que mais ouviu e colocado “em visões diferentes” nas diversas empresas que visitou.
Um “condicionalismo” que, segundo a mesma fonte, causa “transtornos, prejuízos” e ainda “diminuição de vantagens” para as empresas.
“O problema de ligação inter-ilhas, seja por transportes aéreos, seja por transporte marítimos, é crucial, é fundamental”, sublinhou o chefe do Estado, que mesmo assim reconhece o “empenho do Governo” para encontrar uma “solução boa” do problema, mas pede para ser acelerado.
“Porque ajuda a integrar o mercado nacional, traz benefícios para o tecido económico e empresarial e mesmo para o mercado informal”, reforçou.
Por outro lado, Jorge Carlos Fonseca disse ter recebido “muitas reclamações” relacionadas com o custo de energia, considerado “muito elevado”, que também, ajuntou, deve ser “reavaliada e ponderada” do ponto de vista de políticas governamentais.
O Presidente propõe, na linha de ideias também lançadas por responsáveis de empresas que visitou, de se criar, por exemplo, medidas de incentivo “ mais abrangentes e que contemplam todas as empresas”, como “uma diferenciação” de custos de energia para as indústrias e para o consumo doméstico.
“Porque esse é um condicionamento muito grande no sector industrial”, asseverou.
Quanto a visita à empresa Frescomar (transformação de pescado), a última do programa que contemplava essencialmente o sector industrial, segundo a mesma fonte, ficou a conhecer alguns aspectos relacionados com o “crescimento da empresa, da remoção de alguns condicionalismos” existentes aquando da sua última visita, mas também “uma importante e positiva notícia” sobre o aumento da captura no país.
Um “cenário muito bom” desta empresa, considerou, “muito importante” para a economia do país e da ilha em particular e que “ dentro daquilo que for razoável”, Cabo Verde deverá “acautelar os seus interesses, que sejam compatíveis com os do país”.
Neste sentido, disse pretender trocar impressões com o Governo para se inteirar da proposta da Frescomar de se fazer um contingente no montante da captura dos barcos de pesca com da União Europeia, numa altura em que está em discussão renovação do contrato internacional de pesca.
Por outro lado, Jorge Calos Fonseca disse ter ficado “impressionado” com a fábrica de rações, ligada à Associação Amigos da Natureza e com os projectos desenvolvidos, que “devem ser acarinhados”, ajuntou, por serem “harmoniosos e amigos do ambiente”.
No final da visita, o Presidente da República, na qualidade de pessoa “optimista moderada”, considerou que “melhores dias” virão para São Vicente.
No entanto, pediu “cada vez mais entrosamento” entre o poder local e o Governo e que este último olhe para ilha com as suas “especificidades e expectativas” e invista para que São Vicente possa “realizar aquilo que lhe cabe realizar no todo nacional”, concretizou.
A comitiva de Jorge Carlos Fonseca seguiu viagem para Santo Antão para dar continuidade a este programa de contactos, que contempla ainda a ilha de Santiago.
Inforpress