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Sociedade

Associação Apoio a Crianças de Terra Boa nega qualquer envolvimento em “esquemas de turismo sexual”

A presidente da Associação Apoio Criança de Terra Boa, no Sal, negou, hoje, qualquer envolvimento da instituição em “esquemas de turismo sexual”, naquela localidade, cuja situação foi recentemente denunciada pela Inforpress.

Na qualidade de responsável da associação, Anne Seiler, que reagia à notícia veiculada pela Inforpress sobre menores envolvidos em alegados “esquemas de turismo sexual”, garantiu, em declarações à imprensa, que há já algum tempo, havia alertado às autoridades competentes sobre o envolvimento de crianças em situações ilegais, que perigam a integridade física, psicológica e moral das mesmas.

Tratando-se de duas associações comunitárias que actuam junto das crianças na zona de Terra Boa, para que não restem dúvidas, chamou a comunicação social para esclarecer que a sua organização não tem qualquer envolvimento no alegado esquema de “turismo sexual,” denunciado pela Agência de Notícias Cabo-verdiana.

Admitindo que inicialmente foi implementado o sistema de apadrinhamento de crianças, Anne Seiler disse que a associação, criada em 2013, e que apoia actualmente mais de 200 crianças e adolescentes, parou com a prática desde 2014, por constatar que o programa dá azo a situações que perigam a integridade das crianças.

Porém, disse que o procedimento foi continuado por uma outra organização, entretanto, criada.

“Infelizmente, aqui em Terra Boa, baseando-se no estado de pobreza, usam-se crianças para emocionar os turistas visitantes, estimulando-os a simpatias e sentimentos de pena para que possam ajudá-las, com dinheiro ou outras doações”, lamentou, apelando a uma maior consciência de modo a não se continuar a pôr em risco a inocência de uma criança nas mãos de um desconhecido.

“Há que haver dignidade e respeito, proteger as crianças e não fazer delas um foco de atracção turística. Perante a situação, enviamos algumas queixas ao ICCA, ao Tribunal, sem que até hoje nenhuma atitude tenha sido tomada”, desabafou.

Nesta base, a associativista, que exerce também as funções de guia turística na ilha, exortou também aos colegas a não verem a pobreza e crianças de famílias vulneráveis como foco de atracção turística.

Anne Seilar concluiu, insistindo que aAssociação Apoio a Crianças de Terra Boa não tem qualquer envolvimento em alegado esquema de “turismo sexual”, pedindo a actuação das autoridades no sentido de pôr cobro à situação, para salvaguardar a integridade física e moral das crianças, evitando, assim, que continuem a ser expostas, manipuladas em troca de algo.

Igualmente preocupada com o problema, Landísia Chantre, coordenadora e assistente social da associação, tranquiliza os pais das crianças que frequentam aquela estrutura, aos mesmo tempo que exorta às autoridades a tomarem medidas com vista a pôr cobro ao enigma.

“Não queremos que as crianças sejam usadas como uma atracção turística. Mesmo famílias usam as crianças, expondo-as em situações que mexem emocionalmente com os turistas, a troco de algo. E isso está a provocar uma certa dependência nas famílias que já não se preocupam em procurar um emprego. É um negócio (…), pelo que pedimos, urgentemente, a intervenção das entidades competentes”, alertou.

Inforpress

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