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Sociedade

Escolas secundárias do Sal, Boa Vista, Santiago e Maio são onde os alunos mais praticam violência

Um estudo sobre violência nas escolas secundárias públicas de Cabo Verde dá conta que em todos esses estabelecimentos de ensino há ocorrência de violência, mas que 18 escolas inspiram mais preocupação.

O estudo, realizado pelo Centro de Investigação e Formação em Gênero e Família e da Faculdade de Ciências Sociais e Artes, da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), financiado pela Nações Unidas, foi ‘socializado’ hoje na Cidade da Praia.

Neste estudo, cujos dados foram recolhidos em Novembro de 2017 até Janeiro de 2018, nas 53 escolas secundárias públicas e semi-públicas de Cabo Verde, foram inquiridos 2739 alunos e 566 professores.

Segundo a professora e investigadora Fernandina Fernandes, os dados mostram que há incidência de violência em todas as escolas secundárias no arquipélago.

Entretanto, das 53 escolas, 18 inspiram mais preocupação, uma vez que, foram nesses estabelecimentos de ensino que os “alunos assumiriam praticar mais acto de violência”, nomeadamente as escolas secundárias nas ilhas do Sal, da Boa Vista, do Maio e de Santiago (Escolas Secundárias de Tarrafal, Escola Secundária Manuel Lopes, Escola Secundária Pedro Gomes, Escola Secundária Abílio Duarte e Centro Educativo Mira Flores).

A maior incidência de violência, indicou, nota-se no nível de ensino de 7º e 8º anos de escolaridade.

O estudo mostra ainda que há alguma preocupação em relação à percepção que os professores e os estudantes têm sobre o conceito de violência, pois estes consideraram que empurrar, dar soco, chutos, pontapé e assédio sexual não é violência.

“O estudo mostra que há violências entre os alunos, mas que também se nota alguma violência entre professores. Os alunos assumem que praticam acto de violência, mas uma percentagem residual de professores assume que são agressores”, disse, acrescentando de que a maioria dos professores não considera que algumas das suas práticas constituem situação de violência no meio escolar.

Pátio e corredores das escolas foram apontados com os espaços onde acontecem mais violência.

Após a apresentação do estudo os intervenientes vão reunir-se para recolher subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Acção contra a Violência no meio Escolar em Cabo Verde, que deverá ser materializado no próximo ano lectivo, e com o financiamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Esta é uma das recomendações que saiu deste estudo que tinha como objectivo saber a dimensão da violência no seio escolar e encontrar forma de combater este fenómeno.

“Este plano nacional deve subdividir-se em planos municipais e os planos municipais devem transformar-se em projectos para cada escola ou agrupamentos” ajuntou a investigadora.

Sendo a violência no espaço escolar “uma questão preocupante”, Fernandina Fernandes disse ainda que o estudo recomenda a realização de acções de capacitação na questão de mediação e resolução de conflitos, para os professores e directores de turma estejam em condições de actuar quando presenciarem alguma situação.

Outra recomendação é a elaboração de um plano específico de acompanhamento dos alunos do 7 e 8º anos de escolaridade, a faixa em que a violência é mais praticada.

Inforpress

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