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Sociedade

Cidade da Praia: Cidadãos indignados com parque de estacionamento à frente do Hospital

Os arranjos em curso, para criar um espaço de estacionamento no meio da rua do Hospital Central “Dr. Agostinho Neto” (HAN), estão a causar espanto e indignação entre os transeuntes e automobilistas que circulam por essa via. Em conversa com o A NAÇÃO, vários cidadãos consideram que a obra da Câmara Municipal da Praia, para exploração comercial da EMEP (Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia), além de ser inoportuna, está a ser mal executada. 

Dionildo Borges é categórico em dizer que a obra não foi bem pensada. “À frente de um Hospital como este, não faz sentido fazer um parque de estacionamento, ainda por cima com barreiras de betões fixas. Por um lado, vai-se transformar a via que era larga num corredor estreito para a circulação de carros nos dois sentidos; e, por outro, com o parque de estacionamento em ambos os lados da via, em caso de manobras para estacionamento ou saída do parque, vamos ter engarrafamentos. Além de absurdo, o que estão a fazer é grave”.

Borges chama ainda a atenção para o barulho que os alarmes de segurança nos veículos poderão provocar em casos de de mau funcionamento. “A zona do hospital, por norma, requer silêncio. As nossas autoridades andam a copiar coisas no estrangeiro sem pensar na nossa realidade”, desabafa.

Embaraços

Já Carlos Alberto Mendes afirma, também, que sem estar concluída a obra já está a criar muitos embaraços ao trânsito naquela artéria, sendo por isso contra a construção. “Em primeiro lugar, em casos de emergência, as ambulâncias têm sempre prioridade, com esta obra elas vão ter dificuldade para circular nesta via. Estão a fazer estas obras para favorecer a EMEP, que é dona dos parquímetros na cidade. Apenas querem ganhar mais dinheiro, mandando a segurança das pessoas para o segundo plano”.

Também Jorge Livramento considera que a referida obra, mesmo sem estar pronta, em vez de facilitar, já está a complicar a circulação de viaturas naquela rua em situações normais e que o cenário será pior quando a mesma ficar concluída. “Hospital é uma zona de emergência. E esta obra, de uma forma ou de outra, está a complicar a circulação do trânsito nesta rua. Como a obra ainda não foi concluída, espero para ver, e se necessário, entendo que ainda vai-se a tempo de fazer correções”, diz.

No entender de Luís Varela, a obra do parque de estacionamento peca pela sua arquitetura. “Não sou contra ela, uma vez que sou a favor do desenvolvimento da cidade. Mas esta obra está claramente mal concebida. O espaço que deixaram para uma pedonal devia ser mais reduzido e com isso reservava–se um corredor de entrada exclusivamente para as ambulâncias e veículos que trazem os doentes ou sinistrados para os serviços de urgências”.

Resultado final

Porém, apesar de crítico, Varela diz que prefere esperar pelo resultado final, para ver se a via vai ficar melhor para a circulação do trânsito nos dois sentidos, ou se a rua vai ser transformada numa via de sentido único. “Quando os trabalhos forem concluídos devem também colocar um sinal Stop no pavimento no entroncamento à frente do sanitário público, porque, todos os dias, há riscos de acidentes nesta zona. Acredito se ouvirem os utentes e corrigirem os erros, a obra vai ficar bem feita”, manifesta Varela. 

Contactado sobre o assunto, o presidente da EMEP, Mário Fernandes, disse nada ter a dizer sobre o assunto. isto porque, oficialmente, a remodelação em curso é da Câmara Municipal da Praia.

SM

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