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Economia

2018: O ano “não” da TACV

O ano de 2018 foi complicado para a TACV, entretanto transformada em Cabo Verde Airlines, ao abrigo do programa de reestruturação que o Governo entregou à Icelandair.

Só o ano passado, a TACV foi, por 14 vezes, manchete de capa do A NAÇÃO; infelizmente, nem sempre pelas melhores razões.

Com efeito, este foi um ano em que a TACV, ou o que dela resta, andou praticamente sempre na mó de baixo. Tudo começou em Fevereiro de 2018, altura em que passou a operar somente a partir do Sal, ao abrigo da criação de um “Hub” – “stop – over” nessa ilha.

A empresa, sob a gestão da Icelandair, pôs fim aos voos internacionais a partir da Praia e de São Vicente. A medida foi um balde água fria para os passageiros e os operadores económicos de São Vicente que deixaram de ter uma ligação que até então permitia exportarem os seus produtos para a Europa.

A TAP não deu resposta à demanda devido à configuração dos aviões e os operadores de São Vicente somaram vários prejuízos. As agências de viagens e turismo do país também mostraram o seu desagrado, com as vendas em queda acentuada.

O hub teve implicações também no transporte de passageiros inter-ilhas, com a Binter a não conseguir dar resposta à demanda de passageiros e bagagens. As queixas multiplicaram-se ao longo do ano. Em São Vicente, a população manifestou-se inclusive a 16 de Dezembro passado, exigindo voos da Cabo Verde Airlines, à semelhança da retoma das ligações internacionais Praia – Lisboa, desde Novembro passado.

Mas, antes, em Julho, a Cabo Verde Airlines viveu um mês de “pânico”, sem aviões para operar a companhia foi obrigada a cancelar mais de 70 voos, afectando mais de 7.750 passageiros. Além dos elevados prejuízos, a imagem da companhia ficou no “chão”, devido a problemas no apoio a passageiros sobretudo no Brasil e em Itália. Este foi o episódio mais “negro” da história da companhia.

Conforme publicado no A NAÇÃO, de 20 de Dezembro, tudo apontava para que a privatização fosse assinada no passado dia 28 de Dezembro, entre o Governo de Cabo Verde e a Icelandair para a aquisição de 51% da companhia. O que não veio a acontecer.

Porém, os islandeses continuam a não querer assumir as ligações internacionais a partir da Praia, nem São Vicente. Uma bota que o Governo terá de descalçar.

Mas, nisto tudo, há também quem alerte os cabo-verdianos, inclusive os seus governantes, para os problemas que o parceiro islandês enfrenta em casa, isto é, na Europa, tendo sido este um dos motivos que inviabilizaram a compra, pela Icelandair, da SATA, dos Açores.

De salientar que em 2018, nos transportes marítimos, tudo continuou rigorosamente na mesma. Com efeito, o Governo esperava obter os navios em Outubro último, mas o processo foi ensobrado por várias denúncias de falta de transparência e de tentativa de excluir os armadores nacionais.

GC

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