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Política

Secretário-executivo da CPLP diz que mobilidade dos jovens na comunidade é prioritária

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles, apontou hoje como prioritária uma “maior mobilidade dos jovens” no espaço lusófono, defendendo a criação de novos instrumentos que permitam mais circulação entre países.

“É muito importante que se criem novos instrumentos de mobilidade entre os jovens e a minha prioridade será conseguir uma maior mobilidade de jovens dentro do espaço da CPLP”, disse Ribeiro Telles.

O secretário-executivo da comunidade lusófona falava hoje, aos jornalistas, em Lisboa, no âmbito da cerimónia de abertura do “Ano da CPLP para a Juventude”.

O evento, que decorreu no parlamento português, contou com a participação de diplomatas, dirigentes de associações de juventude dos países que integram a comunidade e de representantes de países observadores.

Apontando que a CPLP é composta por nove Estados-membros com instrumentos jurídicos “muito diferenciados”, Ribeiro Telles sustentou a necessidade de encontrar “um denominador” comum que permita avançar em concreto para o objetivo da mobilidade.

“Já há países que estão a trabalhar nesse sentido e a ideia é que acordos bilaterais se possam transformar num quadro multilateral para permitir uma melhor circulação”, disse, numa alusão aos acordos de facilitação e até de isenção de vistos que têm vindo a ser assinados entre alguns países da CPLP.

A mobilidade foi, aliás, tema recorrente nas intervenções da sessão de abertura do “Ano CPLP da Juventude”, com o secretário de Estado da Juventude de Cabo Verde, Carlos Monteiro, em representação da Presidência rotativa da CPLP, a defender que, neste como em outros temas, é preciso passar dos planos e da discussão para a ação concreta.

“Não podemos continuar a perder a oportunidade de dar avanços grandes na questão da mobilidade. Para mim, e daquilo que sinto dos jovens, a mobilidade é uma inevitabilidade na CPLP. Temos de assumir isso e ter coragem de dar os passos certos”, afirmou.

Carlos Monteiro defendeu, por outro lado, que a mobilidade seria “um grande passo para fortalecer” o sentimento de pertença desses jovens ao espaço lusófono.

O secretário de Estado cabo-verdiano fez ainda votos que este ano possa representar um “pontapé de saída” para a década da juventude na CPLP em que seja possível o envolvimento dos jovens na tomada de decisões políticas e na concretização das medidas que lhes dizem respeito.

“A juventude tem neste momento um sentido de urgência e exige decisões concretas e são decisões que têm que ter a juventude também no processo da sua tomada, ou seja, as decisões para a juventude têm que ser tomadas também por jovens”, disse.

O vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, também orador na sessão, defendeu a necessidade de “dinamizar as condições favoráveis” para a autorização de residência dos nacionais dos países lusófonos, o reconhecimento recíproco das habilitações académicas e das qualificações profissionais e a portabilidade dos direitos sociais para os trabalhadores do espaço da CPLP.

“São grandes desafios que estão à nossa frente e, no ano em que comemoramos a relevância da juventude na CPLP, tratar destes temas é tratar do futuro da juventude e criar condições efetivas para a coesão” do espaço lusófono, disse.

O ministro da Educação e Juventude português, Tiago Brandão Rodrigues, sublinhou a ideia de que a mobilidade e o conhecimento de outras sociedades são “instrumentais para que a tolerância e o conhecimento comum aumentem e alguns receios, infundados, acabem por desaparecer”.

“Temos que trabalhar para que essa mobilidade seja enriquecedora e faça ainda mais sentido numa comunidade como a CPLP”, disse.

A apresentação de um programa sobre mobilidade dos jovens no Fórum da Juventude da CPLP, em julho, é uma das medidas do programa de atividades que serão promovidas ao longo de 2019 no âmbito do “Ano da Juventude da CPLP”, que inclui ainda um conjunto de outras ações relacionadas com temas como educação sexual, violência de gênero, ambiente, inclusão social ou empreendedorismo jovem.

Lusa

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