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Cultura

Fogo: Festa da bandeira “Banderona” decorre de 02 a 25 de Fevereiro

A maior festa tradicional da bandeira da ilha, “Banderona”, assinalada anualmente em Campanas de Baixo, decorre este ano entre os dias 02 e 25 de Fevereiro com participação de uma média de 35 a 40 artistas e grupos.

O festeiro da bandeira principal da edição 2019 da Banderona é o emigrante nos Estados Unidos da América João di Lálá que já se encontra na ilha enquanto o festeiro da praia é João Pedro, e a abertura da festa acontece sábado, 02 de Fevereiro com a construção das barracas, pilão e baile.

Segundo o festeiro, nos dias subsequentes a festa continua com pilão nos dias de semana e aos fins de semanas com baile e convívios, sendo que os quatro últimos dias serão de maior movimentação e realização das actividades.

Para o dia 22 de Fevereiro está programado o “convívio de emigrantes com os residentes da localidade e da ilha”, no dia 23 a matança dos animais para o almoço da Banderona, 24, no período de manhã acontecerá a parte religiosa (missa) seguida de “baile de cavaleiros”, desfile de motos e para o dia 25, o ponto alto da festa, com a colocação do mastro (finca-mastro), almoço e convívios e no final do dia a passagem da bandeira para o festeiro de 2020.

João di Lálá indica que para este ano há um número considerável de artistas e grupos musicais, uma média entre 35 a 40 artistas e grupos, estando confirmados os grupos como Cordas do Sol e Ferro Gaita e artistas como Beto Dias, Ló, Nho Nany, Bnine, Mito Kaskas, Baca Brabo, Dú Marthaz, Buguim Martins, Vavu, Josimar, para além de outros, notando que “tudo é gratuito, não há cobrança de portas e as bebidas e a comida são também ofertadas”.

Este disse que o motivo que o levou a ser festeiro é o de manter a tradição, observando que outras pessoas “tomam a bandeira por causa de promessas com o Santo e outros nem por isso” e que no seu caso, em concreto, não tem promessa nenhuma, mais simplesmente como filho de Campanas de Baixo quis ser festeiro porque é uma tradição da qual desde menino participou e gosta, por isso decidiu ser festeiro, o que acontece pela primeira vez, mas espera que não seja a última.

Este disse que tem recebido apoio moral mas muitas pessoas contribuíram economicamente para a festa e por isso espera que a mesma venha a ser um sucesso, observando que na Banderona todos são tratados de forma igual e sem discriminação ou separação de classes.

A preocupação maior é com a segurança, iluminação e saneamento, tendo o festeiro, como forma de melhor organizar as festas para que todos se sintam confortável, estabelecido encontros com o edil de São Filipe, comandante regional da Polícia Nacional (PN), responsáveis da Telecom e da Electra e, assegurou, “todos estão disponíveis em colaborar para o sucesso da festa”

A festa de São João Baptista “Banderona”, inicia-se, regra geral, no último fim-de-semana de Janeiro e termina na véspera do Carnaval, mas poderá começar mais cedo ou mais tarde, consoante a data da celebração do Carnaval, e da posse do festeiro.

A festa é apelidada de “Banderona” por ser a festa tradicional da bandeira com maior duração celebrada em toda a ilha do Fogo e a segunda que movimenta o maior número de pessoas, depois da festa da bandeira de São Filipe, 01 de Maio, que tem um carácter nacional e internacional.

A festa da “Banderona” ou da Bandeira de São João Baptista surgiu há mais de dois séculos e, conforme reza a lenda, “na altura, as pessoas ouviam, no “assobiar” do vento, sons comparados com o toque de tambor e cantigas no ar, ao longo de uma semana”, seguidos de relâmpagos e trovões, tendo um raio caído numa ribeira onde brincavam algumas crianças.

A “Banderona” tem alguma diferença com outras festas assinaladas no Fogo. A sua figura principal é o “cordidjeru” (governador), que dirige e superintende todas as actividades da festa.

Nela participam cavaleiros, detentores de bandeiras (guardiões das bandeiras e da ordem, paz e harmonia), um juiz que preside, juntamente com o “cordidjeru”, que assegura a votação ou nomeação dos festeiros para a festa do ano seguinte, e um corpo de “coladeiras” integrado por homens e mulheres, acompanhados de “caxerus” ou tamboreiros.

Outra figura da festa é o de “refugiado ou ladrão” que é uma espécie de “canisade” que durante a festa só aparece no dia da matança, no último sábado antes do almoço, com intenção de roubar os produtos como carne, mandioca e outros.

Inforpress

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