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Política

Líder do PAICV diz que há obras a serem orçamentadas desde 2017 na Praia e que não existem

A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) disse hoje que há obras que estão a ser orçamentadas desde 2017 e que não existem, prometendo partilhar detalhes “muito proximamente com os cabo-verdianos”.

Janira Hopffer Almada, que falava à imprensa à margem da II Assembleia Regional do PAICV, em Santiago Sul, também chamou a atenção para “a quantidade de terrenos que está a ser disponibilizada na capital sem que haja obras que sejam conhecidas”.

De acordo com líder do PAICV, a cidade da Praia é um exemplo claro da forma como este Governo pode gerir o país. Isto porque, recordou, Ulisses Correia e Silva esteve oito anos a gerir a capital do país e não tem nem uma única obra estruturante. Do contrário, revelou, Ulisses Correia e Silva “beneficiou das obras do Governo do PAICV” na Praia que o “catapultou” para a posição de primeiro-ministro em que está.

“A maior obra dele é o mercado de coco envolto em gestão danosa e ilegalidades e irregularidades, que já motivaram a nossa queixa ao Ministério Público, considerando que já foram gastos um milhão e cinquenta mil contos no mercado de Coco e que está ainda em esqueleto”, criticou o líder do partido da oposição antes de encerrar a II Assembleia Regional do seu partido na maior região política do país.

“Nós não podemos aceitar que existem, por exemplo, dois passeios a serem feitos aqui na capital que custam aos bolsos dos praienses 70 mil contos, numa cidade que tem prioridades no que tange à ligação da rede de esgotos, à habitação social, à formação profissional dos jovens”, acrescentou ainda Janira Hopffer Almada para quem estas são questões que os membros do partido na Praia têm que analisar para poder “actuar em tempo”, mas sempre “preservando o interesse dos cabo-verdianos e dos praienses em especial”.

A líder do PAICV defendeu a necessidade de alertar que as próximas eleições autárquicas são determinantes porque influenciam o resultado das outras eleições, nomeadamente as legislativas e as presidenciais, à semelhança do que aconteceu em 2016.

E neste particular, voltou a lembrar que o Governo “está a fazer transferências de competências e de valores avultados” para as câmaras municipais, querendo “fazer a utilização desse dinheiro sem a fiscalização e sem passar pelo visto prévio do Tribunal de Contas”.

“Repito e reconfirmo tudo aquilo que disse aquando da assinatura dos contratos-programa no âmbito do PRAA pela ministra das Infra-estruturas com as câmaras municipais. É insólito, é um escândalo nacional que um Governo não só dribla a lei, mas demostra publicamente que está a fazê-lo. Demostra publicamente que quer transferir dinheiro sem passar pelo visto prévio do Tribunal de Contas”, insurgiu Janira Hopffer Almada.

A mesma garante que o seu partido quer o desenvolvimento dos municípios, mas de forma “honesta, legal, séria e transparente” e com “critérios claros e objectivos”.

Por isso, destacou, o PAICV entregou desde Maio de 2018 um pacote legislativo sobre o poder local no Parlamento que propõe o aumento do Fundo de Financiamento Municipal (FFM), primeiro, de 10 por cento (%) para 12% e depois para 17%.

Janira Hopffer Almada adiantou que é por causa dessas situações que o PAICV está a fortalecer-se para cumprir a sua missão de fiscalizar e de se transformar em alternativa, porque é preciso resgatar o país.

“Isso é evidente. Sai-se às ruas e vê-se que há uma grande desilusão e decepção com a actual governação, seja a nível central, seja a nível local”, concluiu.

Inforpress

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