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Sociedade

Amadeu Oliveira acusa juiz Alcides Andrade de “parcialidade” e vai pedir a sua suspeição junto do Tribunal de Relação

O advogado Amadeu Oliveira disse hoje que o juiz Alcides Andrade “não tem condições de isenção” para o julgar, pelo que vai requerer junto do Tribunal de Relação de Assomada para que este magistrado judicial seja considerado “suspeito”.

“Como é possível que o juiz permita que se me façam perguntas sobre amantes, namoradas e se faça o meu assassinato de carácter e deixa que os assistentes que representam o Supremo Tribunal de Justiça me façam todo o tipo de perguntas e, quando a defesa me faz perguntas sobre a inspecção judicial, as fraudes e as falsificações no Conselho Superior (de Magistratura) ele não permite?” questiona Amadeu Oliveira.

“Estou convicto que o meritíssimo juiz Alcides Andrade não tem condições de isenção para fazer este julgamento”, precisou Amadeu Oliveira que está a ser julgado por 14 crimes de calúnia e difamação a juízes do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

O arguido fez estas declarações à Inforpress depois de a sessão de hoje ter sido suspensa, a pedido do seu defensor oficioso, para pedir a suspeição do juiz Alcides Andrade que está a presidir ao julgamento do seu processo.

Considera que o juiz Arlindo Andrade “não quer” que ele faça prova que existe um modo de actuar “típico de crime organizado” no sistema judicial cabo-verdiano.

Na sua perspectiva, o juiz em causa é “parcial e claramente do lado do Conselho Superior da Magistratura Judicial e do Supremo Tribunal”, além de “não ter amor à verdade e nem tem amor processual”.

Segundo suas palavras, está se perante uma “farsa de julgamento” e acto “carnavalesco a que está a assistir”.

“Vou pedir a sua suspeição para alguém o impedir de continuar este carnaval e, quem sabe, tenha a sorte de ter um juiz íntegro, totalmente imparcial e com amor à verdade e queira descobrir a verdade”, indicou Oliveira.

Instado sobre o tempo que tem para apresentar os argumentos dele junto do Tribunal de Relação, respondeu nesses termos: “O juiz deu-me duas horas para apresentar os fundamentos. Se Deus me der a bênção, e a inspiração, dentro de duas terei os argumentos feitos”, concluiu.

A sessão de hoje, que devia começar às 08:30, mas só se iniciou às 10:15, porque o arguido alegou que tinha percebido que eram às dez horas.

Após o início da sessão, esta foi suspensa, por duas vezes, durante minuto e meio, a pedido do advogado de defesa para concertar com o seu constituinte.

Entretanto, em plena audiência, momentos houve em que o arguido pediu ao juiz que o mandasse para a cadeia, porque, justificou ele, a sua defesa “não estava a ser garantida”.

O advogado de defesa, sob alegações que a defesa do seu constituinte não estava a ser garantida, requereu a suspensão da sessão, ao que o juiz aceitou marcando para as 14:00 a retoma do julgamento.

Amadeu Oliveira, que é acusado de 14 crimes de calúnia e difamação contra os juízes Benfeito Mosso Ramos (juiz conselheiro do STJ), Fátima Coronel (presidente do STJ) e contra a própria instituição Supremo Tribunal de Justiça (STJ), começou a ser julgado desde quarta-feira, 27 de Fevereiro.

Inforpress

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