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Opinião

Situações 

Por: Filinto Elísio

Releio “Morreste-me”, de José Luís Peixoto, com a intenção de o traduzir para a língua cabo-verdiana / crioulo de Cabo Verde. Pequeno livro (não mais que sessenta páginas na edição original), esta prosa é o grande mote existencial de Peixoto, que já vai em 17 livros, quase todos traduzidos em muitos idiomas. E esta de traduzir para a minha língua materna? Há dias, tive a satisfação de ver duas versões traduzidas para o cabo-verdiano do poema “Tabacaria”, de Álvaro de Campos – uma de Apolo de Carvalho, outra de José Luiz Tavares. Este poeta, ao que consta, tem alguns textos de Luís de Camões e de Fernando Pessoa já traduzidos.

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Não sendo exatamente tradução, mas pura trans-criação, veio-me à lembrança (se calhar, por ser Semana Santa) o ”Vangêle Contód d’Nôs Móda”, de Sérgio Frusoni, versão poetizada dos textos bíblicos, com prefácio de Luís Romano e edição dos Capuchinhos Italianos. Assim, tanto quanto sei, a trans-criação / tradução (com adaptação, eia João Branco!) para o crioulo das peças “Tempestade” e “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, e “Bodas de Sangue”, de Frederico Garcia Lorca. 

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Eis o que escrevi, neste dia, em 2012: Poeta? Estamos a falar de Rabindranath Tagore ou Omar Khayyám? Eu? O meu Rubaiyat é mais modesto: cama no chão, em letra_mento. Eu, qual Alonso Quijano, alado em vista e alombado em crina, de tão equestre, quão de amalucada cavalaria, desafio jargões, ouso formas no cio, proponho luas linguísticas, e restabeleço vernizes e botoxes verbais, sem que me enervem vós com tantas servidões de coerência semântica. Na limitação do lácio, flor que medra verso em Primavera, sou eu…

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Este é o ano da canonização do Papa Paulo VI, conforme anunciara o Papa Francisco. Quando Martin Luther King foi assassinado em 1968, o Papa Paulo VI fizera um paralelo entre esse martírio do pastor pacifista e a Paixão de Cristo. Este mesmo Papa, a 1 de Julho de 1970, recebia em audiência os líderes Amilcar Cabral, António Agostinho Neto e Marcelino dos Santos. Tal como o Papa Francisco, Paulo VI era um progressista e um cristão puro. Pela paz e pela libertação. Santificado seja seu nome…

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