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Política

Ministro dos Transportes diz que os ganhos da privatização da TACV “não são financeiros” mas sim económicos

O ministro dos Transportes disse hoje que os ganhos mais importantes decorrentes da privatização da TACV não são os de tesouraria nem os financeiros, mas sim os “ganhos económicos”.

Para José Gonçalves, a privatização da TACV foi uma “longa saga” que consumiu “centenas de milhões de escudos” e que o seu Governo prometeu solução para a transportadora aérea nacional e cumpriu.

“Em menos de três anos de governação, apresentamos soluções sólidas e com contratos fechados para resolver problemas de longas promessas, repetidas com soluções que nunca mais chegavam”, afirmou o ministro de Turismo e Transportes.

O governante fez essas considerações durante a interpelação ao Governo sobre os transportes e conectividade do país, assunto esse agendado a pedido do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição).

Segundo ele, durante 15 anos, o anterior Governo nada de concreto fez para resolver os problemas dos transportes, “além de estudos e mais estudos”, mas faltou-lhe a “vontade política e determinação de agir corajosamente”.

Na perspectiva do governante, a privatização da Cabo Verde Airlines traz “muito e grandes ganhos” ao país, sobretudo nos domínios financeiros e económicos.

Referindo-se aos ganhos financeiros, precisou que este são “muito mais do que os ganhos de caixa e de tesouraria”.

Explica que é também ganho financeiro o facto de o Governo deixar de pagar “três milhões de contos por ano” para manter a TACV operacional.

“Receber apoio orçamental, retido por importantes parceiros do desenvolvimento de Cabo Verde, sujeito à solução da TACV, é também ganho financeiro”, indicou o ministro, acrescentando que o “maior ganho financeiro é ter libertado o Estado de ser refém” da transportadora aérea nacional.

Para José Gonçalves, a única alternativa à privatização da TACV era a sua liquidação, com “enormes prejuízos para o país e a ser suportados pelas gerações futuras”.

“A liquidação da TACV nunca foi opção deste Governo. Defendemos sempre e em todas instâncias a opção de ressuscitar e recuperar a empresa e desenvolver os transportes aéreos”, pontuou Gonçalves, que considera que os ganhos financeiros são importantes, mas “os mais importantes da privatização são os ganhos económicos”.

O governante mostrou-se expectante que a privatização da Cabo Verde Airlines criará um “novo modelo de negócios”, não apenas para garantir centenas dos actuais empregos, mas também criará “milhares de empregos bem remunerados”.

“Não são os ganhos de tesouraria nem os financeiros os mais importantes com a privatização da TACV, mas sim os ganhos económicos”, concluiu o ministro.

Por sua vez, a bancada parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD-poder) entende que a interpelação é uma “excelente ocasião” para que o executivo de Ulisses Correia e Silva possa explicitar a sua visão e políticas em relação aos transportes, que são “sector-chave para o desenvolvimento do país”.

Julião Varela, vice-presidente do GP do PAICV, lembrou que os sucessivos governos do seu partido investiram tanto nos transportes marítimos, como nos aéreos, o que, segundo ele, permitiu ligação das ilhas, além de voos para várias partes do mundo.

O deputado tambarina disse que está “consumada a estratégia” do Governo de aniquilar os armadores nacionais que, de acordo com as suas palavras, poderiam deter 51% por cento do capital da nova empresa a ser criada no domínio dos transportes marítimos.

“Com os 300 mil contos de subsidiação, que consta do Orçamento do Estado para 2019, poderiam ou não os armadores nacionais conseguirem o financiamento para a renovação da frota, questionou o deputado eleito nas listas do PAICV.

Inforpress

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