PUB

Mundo

Nicarágua: Governo vai libertar opositores para relançar negociações 

O Governo da Nicarágua vai libertar, dentro de 90 dias, todos os opositores presos para relançar o diálogo com a oposição, interrompido há vários dias.

“A Mesa de Negociações recebeu um anúncio do Governo sobre a libertação em 90 dias de todos os detidos no âmbito das manifestações” contra o poder, anunciou o enviado especial da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Angel Rosadilla – citado pela Lusa.

Tratava-se de uma condição “sine qua non” dos adversários do Presidente, Daniel Ortega, para se sentarem novamente à mesa das negociações.

Até ao momento, o número de prisioneiros que serão libertados não foi especificado.

“Não estão reunidas as condições para prosseguir a negociação” com o Governo, declarou, na terça-feira, Azahalea Solis, membro da delegação da Aliança Cívica para a Justiça e a Democracia (ACJD), Plataforma da Oposição que suspendeu, na segunda-feira, a sua participação nas conversações, relançadas em 27 de Fevereiro após vários meses de interrupção.

A Oposição condenava, nomeadamente, a violenta repressão no sábado, em Manágua, de manifestantes que se preparavam para marchar, exigindo a libertação dos “prisioneiros políticos” e de jornalistas que se encontravam nas ruas a cobrir a acção de protesto.

Cerca de cem manifestantes foram detidos por algumas horas, depois de terem sido violentamente agredidos pela Polícia de Choque destacada na capital – Manágua.

Quase 700 opositores estão ainda encarcerados, segundo a ACJD, que reclama, igualmente, a liberdade total para 150 outros, libertados da prisão no início das negociações, mas colocados em prisão domiciliária.

A Nicarágua debate-se com uma grave crise política há 11 meses, desde que o início de uma onda de manifestações contra o Governo de Daniel Ortega, de 73 anos, no poder desde 2007.

Os opositores acusam o ex-guerrilheiro Sandinista de ter instaurado uma ditadura e exigem que abandone a Presidência, juntamente com a vice-presidente, a sua mulher, Rosário Murillo.

Por seu lado, o Chefe de Estado denuncia uma tentativa de golpe de Estado da Oposição, com o apoio da Igreja Católica e de Washington.

A crise já fez, oficialmente, mais de 325 mortos e mergulhou o País numa recessão económica.

PUB

PUB

PUB

To Top