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Política

JPAI manifesta preocupação face aos dados do INE que indicam uma taxa de desemprego de 12,2% em 2018

A Juventude do PAICV manifestou-se, na quinta-feira (4), preocupada com os dados do INE sobre o mercado de trabalho em 2018 cuja taxa de desemprego situa-se nos 12,2 por cento (%), e solicitou a implementação do Observatório do Emprego.

Segundo o presidente da Juventude do PAICV, Fidel Cardoso de Pina, a preocupação advém do facto da taxa ser conseguida a custa e em suposta contradição com a redução do número da população empregada que passa de 203.775 empregados para 195.000 empregados, perfazendo uma redução de 8.775 empregados do ano 2017 para 2018.

“As contradições entre aquilo que o país precisa, em termos de políticas públicas, ‘soluções’ e aquilo que os dados, práticos e objectivos, após 3 anos desta governação nos evidenciam são de facto preocupações e a juventude não pode deixar de fazer ouvir a sua voz”, disse.

Conforme Fidel Cardoso de Pina, se a população inactiva aumentou, logo de 2017 para 2018 registou-se um forte crescimento dos inactivos, mais 17.043 pessoas no inactivo, pelo que se a estes dados se acrescenta o aumento verificado em 2017 de mais 19.690 pessoas, totaliza-se só nos últimos dois anos um aumento de 37.093 inactivos.

Perante estes dados, o presidente da JPAI avançou que por mais discursos que se façam isto não é bom indicador, pois, sublinhou, o aumento exponencial, ano após ano da população inactiva é mau e é um problema que precisa ser analisado para se evidenciar as verdadeiras causas por detrás destes aumentos que podem passar por uma “descrença e desanimo”.

“Dos 177.560 cabo-verdianos registados como inactivos, 94.955 (53,5%) são jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos, sendo que 66.763 inactivos (37,6%) são jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos. Isto é mau e evidencia que o rosto da inactividade no mercado laboral cabo-verdiano é jovem”, realçou.

Ainda no referente aos dados em relação ao ano 2017 e 2018, Fidel Cardoso de Pina disse que em dois anos, a população empregada diminuiu em 14.725 efectivos (menos 5.950 empregos em 2017 e menos 8.775 em 2018).

Concretamente a estes dados, sublinhou haver uma evolução negativa do emprego e lembrou que a taxa de emprego passou de 54,2% em 2016 para 51,9% em 2017, e 48,8% em 2018.

“Isto é mau porque demonstra claramente que estamos perante uma tendência de evolução negativa do emprego (são 3 anos consecutivos de queda do indicador)”, enfatizou, sublinhando, por outro lado, que o pouco emprego criado tem sido praticamente precário.

Lembrou ainda que, caso estes dados forem cruzados com os do turismo, recentemente divulgados também pelo INE, facilmente se pode verificar que no sector do turismo 75,3% do pessoal empregue tem contrato a termo e 4,2% não tem contrato.

“A taxa de desemprego na camada juvenil, entre os 15 a 34 anos, continua a atingir números preocupantes, 27,8% nos jovens com idades compreendidas entre os 15 a 24 anos e 15,0% nos jovens com idades compreendidas entre os 25 a 34 anos. Isto é mau porque se somarmos os jovens entre os 15 a 24 anos e os de 25 a 34 anos atinge-se a taxa de desemprego assustadora de 42,8% nos jovens com idades compreendidas entre os 15 a 34 anos”, precisou.

Neste sentido a Juventude do PAICV acredita que todos os cabo-verdianos em especial os jovens, por serem o estrato social com maiores desafios e problemas, são chamados para uma reflexão da actual situação do emprego e da empregabilidade em Cabo Verde.

“Os mais de 62 mil (62.130) jovens com idade entre 15 a 34 anos que estão sem emprego e que não estão a frequentar um estabelecimento de ensino ou formação, é um indicador bastante para a necessidade de pensar o futuro, envolver os jovens no desenho das soluções, porque são sinais de que há riscos para o futuro do país se medidas assertivas e no timing certo não forem tomadas”, realçou.

Assim, avançou que a JPAI acredita que medidas importantes devem ser tomadas, começando com a implementação do Observatório do Emprego e políticas públicas da parte do estado direccionadas directamente para as questões do emprego, da empregabilidade, da inovação empresarial e do empreendedorismo de oportunidade.

Indicou ainda que as câmaras municipais devem ter um papel mais interventivo na geração de empregos e atracção de jovens para o município, nomeadamente na criação de fundos de apoio ao empreendedorismo, incentivos nos procedimentos para actividades empresariais, assim como a criação de uma orgânica do Governo com competências de conhecimento público para tutelar o sector da juventude.

Esta entidade, segundo disse, deverá trabalhar de forma árdua com um conjunto de políticas direccionadas à juventude sobretudo para dar combate aos problemas existentes, mas principalmente o êxodo dos quadros para fora do país que poderá comprometer o futuro de Cabo Verde.

Fonte: Inforpress

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