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Cultura

AME: Artistas nacionais em busca de novos mercados

Onze artistas cabo-verdianos, vindos do território nacional e da diáspora irão passar pelos palcos do AME (“Atlantic Music Expo”) durante os vários “showcases” previstos para os quatro dias do evento. Apesar de alguns nomes serem já bem conhecidos do mercado da “Worldmusic” todos têm algo em comum: conquistar novos mercados.

Alguns dos artistas ouvidos pelo A NAÇÃO mostram-se expectantes para darem a conhecer a sua música ao mundo e enaltecem a importância de participarem num evento que vem conquistando nome e fama entre os mercados de música do género.

 

Dj Streladuh

Pela primeira vez no AME, Paulo Lopes, conhecido por Dj Streladuh, é, provavelmente, um dos mais jovens participantes de sempre no evento. Aos 17 anos sonha actuar no conhecido festival de música electrónica, Tomorrow Land (Bélgica) e na Baía das Gatas. Quem sabe, o AME lhe abrirá algumas portas. “O AME é um dos maiores eventos musicais de Cabo Verde e, por ser uma feira de música, que atraí profissionais ligados à indústria musical, a nível internacional e nacional, senti-me motivado em me candidatar. Será uma oportunidade para apresentar o meu trabalho e conhecer pessoas ligadas à área da música”. Dj Streladuh esteve nomeado este ano para DJ Popular do ano, no DJ Awards Cabo Verde. “A minha expectativa em relação ao AME é que seja um grande evento, como tem sido, até agora, e que continue a proporcionar esta troca de experiências e mais conhecimentos aos participantes. Espero conseguir apresentar um bom trabalho e fazer contactos nacionais e internacionais, com artistas e produtores para algum projecto futuro. Espero sair do AME com mais conhecimentos e com uma rede de network mais alargada”. Soullfoul House, Afro Beat, Trap Music, Funana (terra terra), Deep House / Afro Roots são alguns dos sons que promete levar para o palco, durante a sua actuação.

 

Cremilda Medina

Também Cremilda Medina, regressa, pela segunda vez ao AME. Depois de ter actuado em 2015. “Numa fase inicial alguns produtores internacionais mostraram muito interesse em mim e no projecto que apresentei na altura, trocamos ideias e contactos e ficaram até alguns convites feitos por alguns produtores para participar em alguns festivais internacionais onde eles faziam parte das produções. Contudo vim a verificar que pelo facto de eu ser uma artista independente as coisas acabaram por não avançar. Assim, infelizmente, não posso dizer que a minha participação no AME 2015 se tenha traduzido em novas oportunidades de concertos”, recorda sobre a primeira experiência. Agora decidiu tentar de novo. “Gosto de aproveitar as oportunidades que surgem para poder mostrar um pouco do meu trabalho, e o AME é mais uma dessas oportunidades. Para uma artista como eu, que realiza o seu trabalho de forma independente, o AME acaba por ser mais uma plataforma onde posso dar a conhecer aquilo que tenho vindo a fazer ao longo do meu caminho no mundo da música, a vários produtores nacionais e internacionais. Todas as oportunidades que possam surgir serão sempre muito bem vindas e bem recebidas, e irei fazer sempre por aproveitá-las da melhor forma possível”. Cremilda espera alcançar novos mercados. “Não posso negar que quantos mais mercados conseguir alcançar, melhor será para a minha carreia, mas o meu caminho na música irá fazer-se como o público assim o achar, onde acharem que eu devo chegar, como tem sido até agora”.

 

Nancy Vieira

Depois de ter marcado presença em 2012, Nancy Vieira regressa aos palcos do AME para apresentar Manhã Florida. “O AME é uma grande oportunidade de divulgação do trabalho de um artista, independentemente do tempo a que se está na música”, avançou a artista ao A NAÇÃO. Mesmo sendo uma voz já consagrada no mercado da “worldmusic” Nancy garante que há sempre novas oportunidades a explorar. “Tenho tido grandes experiências e cantado muito em países onde, há anos atrás, nunca imaginaria. Ainda há muito mais a fazer…A nossa música tem alcançado cada vez mais mercados, prova disso são os participantes do AME, tanto artistas como produtores, agentes, programadores das mais diversas origens”. Quanto a expectativas, garante que são as melhores. “Chegarei à Praia como se lá não fosse há muito tempo. Com a mesma saudade, o mesmo entusiasmo, a mesma emoção de cantar para o “meu” público, da cidade onde cresci e, ao mesmo tempo, para ouvidos do “mundo inteiro” que estarão na Praia nesses dias, que acabam por ser de grande festa e bom convívio e intercâmbio, também”.

 

Ga da Lomba

Ga da Lomba representará o hip-hop crioulo. “Participar no AME é fazer parte de um evento e de um mercado de grande dimensão mundial. É uma oportunidade de apresentar o meu trabalho ao mais alto nível e de tentar fazer parte desse mercado”, afirma.  Expectante, Ga da Lomba garante que há espaço para o hip-hop na “worldmusic”. “O hip-hop é um estilo que se enquadra em qualquer lugar devido à sua essência, história e mensagem que transmite”. Por isso, promete dar o seu melhor. “Sou um indivíduo muito confiante. Trabalho com dedicação e acredito no que faço. Por isso vou ao AME para tirar o máximo proveito, apresentar a minha música e o meu show ao mundo, para alcançar novos mercados”.

 

Bino Barros

Também pela segunda vez no evento, Bino Barros vai apresentar o seu terceiro álbum “Camponês”, lançado em 2018. “Candidatei para dar a conhecer o meu trabalho como tenho feito ao longo dos meus 10 anos de carreira”. Tal como todos os artistas que cá vêm, também Bino espera conseguir novas oportunidades para espectáculos no competitivo mundo dos festivais da “worldmusic”. Espero poder atrair alguns promotores e ter oportunidade de mostrar ao mundo a nossa Cultura. E eu, como um defensor da língua crioula e da nossa música tradicional, espero ter a oportunidade de realizar este sonho.” As suas expectativas são as melhores possíveis, num show onde promete passar as “mensagens positivas” das suas composições acompanhadas de “lindas melodias”.

Gisela Coelho

 

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