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Sociedade

Praia: Vencedores do concurso para bombeiros “esquecidos” pela Câmara

Há dois anos que um grupo de 16 jovens dizem estar a aguardar pela sua integração no corpo de bombeiros da Câmara Municipal da Praia. Dizem que concorreram às vagas abertas, em Julho de 2017, passaram em todas as fases de selecção, mas que até hoje não foram chamados.
O mais grave, acusam, é que outros candidatos que reprovaram no concurso já foram incorporados. A CMP abriu, a 4 de Julho de 2017, o Concurso Externo de Ingresso de Bombeiro Profissional, com um total de 16 vagas, para bombeiro municipal de 3ª classe, em regime de emprego.
Segundo o anúncio, publicado na altura, os candidatos seleccionados teriam funções gerais no combate a incêndios, socorro às populações em diversos casos, apoiar as autoridades na remoção de cadáveres, prevenção e protecção contra risco de incêndios em edifícios públicos e privados, entre outras funções.
Após o término do concurso e avaliação dos concorrentes, foram seleccionados 16 jovens para ocuparem as vagas. No entanto, desde que se publicou a lista dos seleccionados que iriam receber a formação, para depois fazerem parte da corporação, ficou por afixar-se a data da formação que até hoje ainda não aconteceu.
“Fomos esquecidos pela Câmara” Letícia Teixeira, porta-voz dos 16 seleccionados, disse ao A NAÇÃO que há muito tempo se deixou de ouvir falar na referida formação. “Depois de publicado o resultado, ficamos à espera para iniciarmos a formação e até agora nada. Fomos esquecidos pela Câmara”, acrescenta. “Ao longo destes quase dois anos, tentámos marcar uma audiência com o presidente Óscar Santos, mas sempre nos foi dito que ele não tinha espaço na agenda. Ao fim de seis meses de insistência, fomos finalmente atendidos, e o que nos disseram é que não há verba para a formação, e que por isso teríamos de continuar a esperar mais tempo, sabendo todos que o concurso prescreve em Maio deste ano”, explica a fonte.
Novos contratados de forma “ilegal”
Além da demora, a mesma porta-voz dos 16 seleccionados afirma que a CMP tem contratado, “de forma ilegal”, outros candidatos que estiveram no concurso mas que reprovaram, fora outros tantos que nem sequer chegaram a candidatar-se por não terem os requisitos exigidos para concorrer. “Recentemente, soubemos que foram contratados nove pessoas para a função, entre elas, dois dos 16 candidatos seleccionados, dois concorrentes que reprovaram durante a eliminatória, três que não têm residência fixa na Praia, uma das exigências do concurso e uma pessoa que nem chegou a candidatar porque já tinha ultrapassado os 30 anos de idade, um outro requisito para a candidatura”, conta.
Diante desta situação, o grupo diz-se “preocupado, insatisfeito e acima de tudo injustiçado”, uma vez que a CMP tem arranjado “muitas desculpas” para lhes “tirar da porta” e contratar gente do seu interesse. “A conversa de que temos de esperar o financiamento é apenas uma desculpa para fazerem o que bem entendem com as vagas que nós conquistámos. Tivemos acesso a um documento que comprova de que a formação já foi financiada num valor de 500 mil escudos.
Trata-se de uma injustiça, o que estão a fazer connosco”, desabafa. “Queremos, dentro da lei, exigir os nossos direitos”, acrescenta Letícia Teixeira. “Queremos a formação que nos foi prometida porque, no próximo mês, o concurso vai prescrever e não queremos que todo o nosso esforço fique em vão.
Estamos dispostos a fazer tudo, dentro das nossas possibilidades, para que a Câmara e o Corpo de Bombeiros cumpram com o combinado”, conclui.
CMP adia resposta…
Diante destas denúncias e acusações, A NAÇÃO tentou ouvir a Câmara Municipal da Praia para saber o que realmente se passou. Quase no fecho da edição impressa nº608, onde foi publicada esta matéria, fomos informados que só na próxima semana a explicação ser-nos-ia dada por escrito. Até hoje a resposta não chegou.
Romice Monteiro
*Esta matéria foi publicada na edição impressa 608

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