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Política

Partido Popular pede anulação do concurso de transportes marítimos interilhas

O Partido Popular (PP – oposição) pediu hoje a anulação do concurso de transportes marítimos interilhas, por entender que o mesmo “prejudicou claramente” empresários e armadores nacionais, com “muitas batotas” orquestradas para favorecer a empresa vencedora.
Esta posição foi manifestada pelo presidente do PP, Amândio Barbosa Vicente, após a reunião quinzenal da Direcção Nacional do partido, realizada hoje para abordar temas da actualidade política nacional e internacional.
Foram destaques desta reunião, disse, os transportes marítimos, a questão da Praça do Palmarejo, o Código de Ética e Conduta da RTC e o caso Justino Lopes, em Santa Cruz.
Aquele dirigente partidário afirmou que, apesar de haver uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para os transportes marítimos, o PP acredita que o recente concurso de transportes interilhas deve ser anulado porque “prejudica claramente” empresários e armadores nacionais, que foram preteridos por conta de “muitas batotas orquestradas” para favorecer a empresa vencedora.
Quanto ao caso do Palmarejo, reafirmou Amândio Barbosa Vicente que o PP vai recorrer ao Supremo Tribunal por não estar de acordo com a última decisão do Tribunal da Relação do Sotavento (TRS), que ordenou a retoma das obras.
No entender do PP o TRS, ao dizer que “o Tribunal da Praia não é competente para julgar este caso”, não entrou no mérito do caso e nem procurou saber como é que foi feito este negócio e o que está por detrás do mesmo.
“Apelamos ao Ministério Público e a Polícia Judiciária que vão atrás dos motivos deste negócio”, acrescentou o presidente deste partido que não tem assento parlamentar, argumentando que ninguém faz a transformação de um espaço público em um espaço privado e não tiver “outros objectivos obscuros por detrás”.
Ainda sobre a Praça do Palmarejo, o PP deixou um alerta ao investidor para o facto de ver a obra a ser demolida, a mando de um tribunal, após ter investido grandes montantes. Isto porque, afirmou, o PP irá esgotar todas as vias, no sentido de conseguir que no espaço seja construído uma praça pública.
Quanto ao Código de Ética e Conduta da Radio de Televisão Cabo-verdiana (RTC), o PP alertou ao Governo para esta situação, porque, entende, que se os jornalistas ficarem manietados por um código ilegal, cuja própria Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC) já se manifestou contra, quem irá sofrer é o interesse público de informar.
Já em relação à Unidade Justino Lopes, Amândio Barbosa Vicente referiu que o seu partido não entende que desempenho tem o actual ministro da Agricultura neste campo. Isto porque, completou, Santa Cruz é daqueles lugares “mais ricos” da ilha de Santiago, com potencialidades na agricultura e na pesca, mas que, mesmo assim, a unidade se encontra sem nenhuma dinâmica.
Aquele dirigente criticou ainda o facto de ter surgido um grupo de jovens que, ao verem o terreno abandonado, começaram a cultivar, mas que acabaram por ser expulsos porque o terreno não lhes pertencia.
“No mínimo, achamos que lhes deveria ser concedido um tempo para colherem os seus produtos que ali estão a ser cultivados”, manifestou Amândio Barbosa Vicente, para quem “se o actual ministro da Agricultura fosse um ministro à serio, Santa Cruz, em três anos de governação, deveria ter uma reformatação da agricultura”.
Inforpress

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