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Política

PAICV: “Aval do Governo de 518 mil contos à Cabo Verde Interilhas significa que parceiro estratégico não tinha dinheiro”

 
O vice-presidente do PAICV (oposição) disse ontem que o aval do Governo de 518 mil contos a Cabo Verde Interilhas significa que o “parceiro estratégico não tinha dinheiro” e nem “acesso ao capital sem as garantias do Estado”.
“Essas garantias foram inexplicavelmente recusadas aos armadores nacionais”, acentuou o vice-presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Nuías Silva, em conferencia de imprensa para reagir à decisão do executivo que autorizou à Direcção-geral do Tesouro a conceder um aval de 518 mil contos a Cabo Verde Interilhas (CV Interilhas), como garantia de um empréstimo bancário a ser negociado por esse consórcio e Caixa Económica e a International Investment Bank (IIB).
O dirigente do maior partido da oposição lembrou que o Governo assinou com a Transinsular um contrato de concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e cargas inter-ilhas, salientando que, segundo o acordo, o concessionário (Transinsular) “se obriga a suportar, por sua conta e risco, todos os encargos resultantes da exploração da concessão”.
Para Nuías Silva, o Governo, ao avalizar o referido empréstimo à CV Interilhas, confirma o que o seu partido já tinha denunciado, ou seja a “intransparência” do concurso que realizou, assim como a “inconsistência” das medidas do executivo, “prejudicando os armadores nacionais e os interesses do país”.
“Os armadores cabo-verdianos fizeram tudo para assumir a concessão, mas foram, literalmente, travados e impedidos pelo Governo.” lamentou o vice-presidente do PAICV.
Segundo ele, esta situação se verificou mesmo depois de os armadores nacionais “se terem organizado numa única companhia e com garantias de fornecimento dos cinco barcos exigidos, o Governo negou-lhes o aval e a garantia para poderem ter acesso ao crédito”.
“(…) os barcos dos armadores nacionais não serviam para garantir as ligações inter-ilhas, mas esses mesmo barcos servem para serem utilizados por essa empresa, de capital maioritariamente estrangeiro, exactamente para fazer essas ligações”, afirmou Nuías Silva, referindo-se a CV Interilhas.
Na sua opinião, com a solução adoptada pelo Governo no domínio dos transportes marítimos “há um risco enorme” de os operadores nacionais “não permanecerem na sociedade”.
“Não se compreende esta estratégia do Governo de promover (à força) a criação e o empoderamento de uma empresa detida maioritariamente por capital estrangeiro, quando podia ter fixado essas condições, desde o início, e ter deixados os armadores nacionais concorrer em pé de igualdade com os armadores de outros países”, questionou o dirigente partidário.
Nuías Silva concluiu que a medida do executivo de Ulisses Correia e Silva em matéria de transportes marítimos “transfere para os cabo-verdianos e para as gerações futuras a responsabilidade de sustentar uma empresa de capital maioritariamente estrangeira, sem que a mesma trouxesse capital”.
Fonte: Inforpress

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